ESC 2019: no IAM com supraST, faça revascularização completa

Estudo apresentado no congresso da ESC 2019 mostrou que a estratégia de revascularização completa é benéfica nos pacientes com IAM com supraST.

Tempo de leitura: [rt_reading_time] minutos.

A angioplastia primária é o tratamento de escolha no IAM com supradesnível do segmento ST, devendo ser realizada em até 90 min da admissão (tempo porta-balão). Em alguns pacientes, é comum que na coronariografia seja encontrada mais de uma lesão obstrutiva nas coronárias e havia dúvida se devíamos abordar apenas a lesão culpada do IAM ou todas. No choque cardiogênico, o estudo CULPRIT-SHOCK mostrou que o ideal é abrir apenas a artéria culpada no primeiro momento 🡪 estabilizar o paciente 🡪 e só depois abrir as demais obstruções.

esc 2019

Revascularização completa no IAM com supraST

Um estudo publicado na NEJM e apresentado no congresso da European Society of Cardiology (ESC) 2019 mostrou que a estratégia de revascularização completa é benéfica nos pacientes com IAM com supraST sem choque cardiogênico, só que essas angioplastias podem ser feitas em mais de um tempo (para poupar contraste e risco) e em até 45 dias após o IAM, não necessitando ficar internado para completar todas.

O Portal PEBMED vai trazer as principais novidades do congresso 2019 da ESC 2019, que acontece entre os dias 31 de agosto e 4 de setembro. Confira todos os artigos clicando aqui.

No estudo, 4041 pacientes em 140 centros de 31 países foram randomizados para:

  • Revascularização completa, podendo ser feita em dois ou mais “tempos” e até 45 dias após a alta. Foram tratadas todas as lesões com > 70% obstrução e aquelas com 50-69% e FFR indicando isquemia.
  • Versus revascularização apenas da artéria culpada seguida de tratamento clínico, independente da presença ou não de isquemia residual em exames funcionais.

A população tinha idade média de 62 anos, 80% homens, 20% diabéticos, 2% renais crônicos e 10% em Killip II ou III. Os resultados mostraram redução de 26% no risco de IAM ou morte, com um NNT de 37:1. Não houve aumento significativo de riscos, como sangramento e insuficiência renal. É bem verdade que na análise individual de desfechos, a grande redução foi no IAM e angina, e não em morte ou AVC, mas ainda assim é um belo resultado.

Por isso, para a prática clínica, a ideia é sempre tentar a revascularização completa no IAM com supraST, primeiro da artéria culpada e depois das demais lesões.

Mais do ESC 2019:

Referências:

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo

Selecione o motivo:
Errado
Incompleto
Desatualizado
Confuso
Outros

Sucesso!

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo.

Você avaliou esse artigo

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Baixe o Whitebook Tenha o melhor suporte
na sua tomada de decisão.