Cardiologia: o clássico da semiologia com o contemporâneo das novas descobertas

Todo dia traremos para você a visão de um especialista sobre sua respectiva área! Hoje vamos falar sobre Cardiologia com a Dr. Gabriel Quintino Lopes.

Para ajudar você a escolher a residência que está mais alinhada com seus objetivos, a PEBMED preparou uma série de artigos sobre cada especialidade médica. Hoje é dia de saber mais sobre a Cardiologia, com o Dr. Gabriel Lopes!

1) O que é?

A residência em Cardiologia visa preparar o médico para atuar em Cardiologia Clínica Geral, abrangendo de maneira mais superficial as subespecialidades cardiológicas e dando enfoque no paciente cardiopata crítico e pós-operatório de cirurgia cardíaca. Ela dura 2 anos e é necessário cursar mais 2 anos de residência em clínica médica para prestar concurso para cardiologista.

O profissional cardiologista é bem versátil, podendo atuar tanto a nível ambulatorial, pacientes internados em enfermaria e pacientes criticamente enfermos em unidades de terapia intensiva. A residência aborda as principais doenças cardiovasculares, valvares, arritmicas, entre outras.

A Cardiologia é a especialidade com mais estudos médicos publicados e de avanços fantásticos nos últimos tempos, nossas diretrizes estão em constante atualização, tornando o cardiologista um profissional que mistura o clássico da semiologia com o contemporâneo das novas descobertas.

2) Como é o dia a dia?

O residente atua nas enfermarias cardiológicas, tratando pacientes que descompensam de patologias crônicas, pacientes que desenvolvem novas patologias cardíacas e pacientes em pré-operatório de cirurgia cardíaca e colocação de dispositivos cardíacos.

Além disso atua, em nível ambulatorial na prevenção de doenças cardíacas, controle de pacientes crônicos, acompanhamento de pacientes em risco de morte súbita, etc. No tocante à terapia intensiva, o residentes atua em unidades coronarianas, de cuidado intensivo a pacientes que apresentam síndromes coronarianas agudas, além da unidade de pós-operatório cardíaco, que visa os cuidados intensivos em pacientes recém operados do coração.

O residente em cardiologia ainda tem a oportunidade de acompanhar os serviços de subespecialidade em Cardiologia durante a residência, são eles: ecocardiografia, arritmologia, ergometria e reabilitação cardíaca, cardiologia pediátrica, hemodinâmica, exames de imagem cardiológicos (cintilografia, ressonância magnética e tomografia de coronárias) e emergências cardiológicas.

3) Oportunidades de trabalho:

O cardiologista clínico ao terminar sua formação pode atuar em ambulatórios de cardiologia geral, ou específicos, pode atuar em unidades de terapia intensiva e cardiointensiva, pode ainda se subespecializar nas especialidades supracitadas ou trabalhar com medicina esportiva ou reabilitação cardíaca. O mercado de trabalho varia de acordo com a região, porém tendo em mente a capacidade de atuação abrangente do profissional e a incidência de doenças vasculares o cardiologista é sempre um profissional necessário.

4) Número de especialistas:

No momento, temos aproximadamente 13.500 cardiologistas registrados pela Sociedade Brasileira de Cardiologia.

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5) Curiosidade(s):

– As doenças cardiovasculares são as de maior incidência e prevalência, além de serem responsáveis pela maioria das mortes em países desenvolvidos e subdesenvolvidos, talvez por isso as vagas para essa especialidade sejam tão abundantes. O Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia em São Paulo, por exemplo, oferece cerca de 64 vagas para residentes em Cardiologia. O Instituto Nacional de Cardiologia em Laranjeiras, no Rio de Janeiro, oferece cerca de 24 vagas para a residência. A Cardiologia abre também um vasto campo para pesquisa médica. Novas medicações e dispositivos médicos são inseridos, pesquisados e testados com frequência no mundo da cardiologia, um prato cheio para quem busca conhecimento.

6) Especialidades correlacionadas:

Hemodinâmica: o simples cateterismo já não é mais a única rotina de hemodinamicistas. A tecnologia avançou muito nessa especialidade e o médico já conta com um arsenal para tratar lesões em coronárias, corrigir defeitos de septo atrial, excluir auriculeta cardíaca, reduzir a regurgitação da insuficiência mitral e até trocar a válvula aórtica por uma prótese. Tudo isso por via percutânea. Stents farmacológicos, ultrassom intracoronariano e outras tecnologias vieram para agregar mais confiabilidade aos métodos e melhorar os resultados. Essa residência dura dois anos e os principais aprendizados são a realização da cineangiocoronariografia e angioplastias coronarianas.

Ecocardiografia: aqui o cardiologista aprende um método de imagem por ultrassom, o ecocardiograma, tão útil na vida dos cardiologistas clínicos, é um exame de suma importância e também conta com novas tecnologias como: ecocardiografia 3D, speckle tracking, doppler tecidual entre outros. O ecocardiograma é capaz de evidenciar lesões estruturais cardíacas, diagnosticar e classificar lesões valvares, avaliar as funções sistólica e diastólica do ventrículo esquerdo, estimar a pressão da artéria pulmonar entre outros. A residência dura um ano (dois anos em alguns serviços) e o residente aprende a fazer o ecocardiograma transtorácico, transesofágico, ecocardiograma de estresse, Doppler de carótidas e vertebrais e em alguns serviços dopplers vasculares e ecocardiograma intraoperatório.

Arritmologia: nessa especialidade dois caminhos são possíveis, arritmologia clínica e intervencionista, na segunda o arritmoligista está apto a implantar marca-passos, cardiodesfibriladores e ressincronizadores, além de realizar estudos eletrofisiológicos para diagnóstico de arritmias e ablação por radiofrequência para tratamento. A especialidade se dedica ao estudo das braqui e taquiarritmias. A residência pode durar 1 ou 2 anos.

Ergometria: o teste ergométrico é de extrema importância para a prática clínica cardiológica, ele é sensível para detectar isquemia miocárdica, além de nos dar informações sobre arritmias que acontecem no esforço, nos tirar dúvidas sobre os reais sintomas do paciente, indicando assim cirurgia ou não. O teste cardiopulmonar ainda nos permite avaliar indicações para transplante, além de apresentar várias variáveis prognosticas de mortalidade cardiológica. O teste ergométrico é de fundamental importância na avaliação do atleta, avaliando sua capacidade funcional e outras variáveis.

7) Área de atuação:

  • Ambulatório: prevenindo e controlado doenças
  • Unidade cardiointensiva: manejando pacientes cardiológicos críticos e pós operatório de cirurgia cardíaca
  • CTI geral: com uma boa noção de manejo do paciente grave, o cardiologista se torna uma especialidade muito cobiçada em terapia intensiva
  • Emergência clínica: profissional capacitado para atua em emergências clínicas e cardiológicas

8) Mensagem para quem quer seguir essa especialidade:

O cardiologista é um profissional versátil e dinâmico, quem opta por esta especialização tem vários perfis, desde os mais intervencionistas até o mais conservadores. Ter em mente o que você pretende após se especializar (trabalhar em ambulatório, consultório, trabalhar em terapia intensiva e cardiointensiva ou mesmo trabalhar realizando apenas procedimentos) é fundamental para a escolha do local que fará a residência. Um olhar para pacientes mais idosos também é importante já que sua clientela em sua maioria encontra-se nessa faixa etária. E, por fim, tenha sempre em mente que estudar é muito importante, mas a experiência sem sombra de dúvidas conta muito na vida de um cardiologista.

*Os artigos sobre as especialidades médicas foram produzidos em parceria com a Associação Nacional de Médicos Residentes

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