Como eu trato? Curso de atualização em condutas pediátricas em Gastroenterologia

Meu objetivo é dividir com vocês os conteúdos e novidades do simpósio intitulado “Como eu trato?”. Vamos continuar nosso especial com Gastroenterologia.

Em julho, aconteceu o simpósio “Como eu trato?”, pelo departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFRJ, com o objetivo de abordar as diversas subespecialidades pediátricas, apresentando quadros clínicos e demonstrando as condutas realizadas.

500x120-usuarios

Já falamos sobre os casos apresentados de Alergia/Imunologia e Dermatologia, vamos continuar nosso especial com Gastroenterologia.

  • 1º quadro clínico

O primeiro quadro clínico foi de proctite alérgica. Criança com história de fezes avermelhadas e história familiar de mãe com atopia. A hipótese foi de Alergia alimentar, como a criança estava em aleitamento materno exclusivo foi feita exclusão dos derivados do leite de vaca da dieta materna para tentar estimular a amamentação. Como dieta não estava sendo feita da maneira correta optaram por iniciar fórmula contendo aminoácidos e obtiveram assim o sucesso clínico.

Deixaram no final do quadro como possíveis lembretes:

1 – O sangramento pode demorar 15 a 30 dias para cessar
2 – Os responsáveis devem ser devidamente tranquilizados
3 – Deve ser dado um passo de cada vez
4 – O tempo é o mesmo para a viagem de ida e a de retorno(reexposição alimentar)

  • 2º quadro clínico

O segundo quadro clínico foi de Hepatite autoimune. A história era de uma criança com relato prévio de há 2 anos ter tido um episódio de doença ictérica que foi diagnosticado como hepatite A, mesmo sem comprovação sorológica. No quadro atual evoluiu com plaquetopenia 120000, Bt: 2,4( BD 2,0/BI 0,4), AST 1341, ALT 858, HAV IgM e IgG negativos, AntiHBS positivo(vacinação). Foram discutidos os critérios para definição de hepatite autoimune:

1 – Doença hepática inflamatória progressiva
2 – Aumento de transaminases AST/ALT
3 – Aumento de gamaglobulina
4 – Positividade de autoanticorpos
5 – Negatividade de hepatites virais
6 – Histopatologia de hepatócitos característica

250-BANNER5

Foram apresentados os dois tipos de hepatite autoimune:

I – Antimúsculo liso positivo, idade média de início aos 10 anos
II – Anti LKM positivo, idade média início 6,5 anos

O tratamento visa obter as normalizações das transaminases (podem demorar de 6 a 9 meses) e das gamaglobulinas. É feito com imunossupressores prednisona(2mg/kg/dia máx 60mg/dia) e azatioprina(iniciar com 0,5 mg/kg aumentando até 2 se AST e ALT não reduzirem).Como alternativas foram citados outros imunossupressores como as ciclosporinas. As recaídas são muito comuns no tratamento, a suspensão só deve ser feita no mínimo de 3 anos e nunca deve ser suspendida a medicação na puberdade.

Conclusões:

1 – A precocidade do diagnóstico faz muita diferença na evolução natural da doença
2 – Os pediatras devem incluir as transaminases em alguns exames de rotina
3 – Nunca deixar de confirmar as suspeitas de hepatite viral aguda com sorologias

Amanhã continuaremos com nosso especial, mostrando os quadros clínicos apresentados para Infectologia.

alexandregalvao

As melhores condutas médicas você encontra no Whitebook. Baixe o aplicativo #1 dos médicos brasileiros. Clique Aqui!

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo

Selecione o motivo:
Errado
Incompleto
Desatualizado
Confuso
Outros

Sucesso!

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo.

Você avaliou esse artigo

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Baixe o Whitebook Tenha o melhor suporte
na sua tomada de decisão.