Suporte médico à doação de órgãos: conduta clínica

Por isso, na nossa publicação semanal de conteúdos compartilhados do Whitebook Clinical Decision, trazemos: Suporte Médico à Doação de Órgãos.

Esta semana, falamos sobre os erros e acertos na doação de órgãos no Dia Nacional do Doador. Por isso, na nossa publicação semanal de conteúdos compartilhados do Whitebook Clinical Decision, trazemos: suporte Médico à Doação de Órgãos.

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Este conteúdo deve ser utilizado com cautela, e serve como base de consulta. Este conteúdo é destinado a profissionais de saúde. Pessoas que não estejam neste grupo não devem utilizar este conteúdo.

Doação de órgãos

Com a confirmação da morte encefálica (ME), a Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) é a responsável pela abordagem familiar para autorizar a doação de órgãos. Nesse momento, inicia-se um novo protocolo, com o objetivo de manter a perfusão e a oxigenação necessária para o sucesso do procedimento de transplante.

No contexto da terapia intensiva, estão estabelecidos os pontos-chave para o paciente potencial doador, para controle de volemia, pressão arterial e fluxo sangüíneo para manter estabilidade clínica, apesar da morte cerebral:

  • Controle térmico, para evitar hipotermia;
  • Balanço Hídrico rigoroso, para atingir a normovolemia:
    • Evitar uso de amidos, para não provocar hipernatremia ou piora da função renal;
    • Se indicado, preferir solução de Ringer Lactato; porém,  Interromper a infusão se o paciente for irresponsivo à infusão rápida de 1000 mL de Ringer Lactato;
    • Débito urinário: Ideal é ≥ 1ml/Kg/h (caso ≥ 2ml/Kg/h ou > 200ml/h, avaliar se Diabetes Insipidus, principalmente se Na+ > 145 mEq/L.
  • Monitorizar a pressão arterial de forma invasiva em todo potencial doador de órgãos: Manter PAM > 60-65 mmHg ou PAS > 90 mmHg, com a menor dose de vasopressor possível.
  • Exame de Ecodooplercardiograma:
    • Meta: Fração de Ejeção ≥ 45%;
    • Monitorização Hemodinâmica: POAP ≤ 15 mm Hg e SvO2 > 70%.
    • Corrigir distúrbios do equilíbrio hidroeletrolítico (principais: acidose e disnatremia), manter controle glicêmico:
    • Controle da Glicemia (80-150 mg/dl).
    • Na+: 130-150 mEq/L.
    • Suporte Hematológico
    • Metas: Hto > 30%; Hb > 10 g/dL; INR < 2,0 e Plaquetas > 80.000;
    • Concentrado de plaquetas: 1 U/7-10 Kg de peso, IV. Se sangramento ativo e plaquetas < 100.000/mm3, ou se risco de sangramento ou pré-procedimento invasivo e plaquetas < 50.000/mm3;
    • Plasma fresco concentrado 10 mL/Kg, IV. Se INR > 1,5 e alto risco de sangramento, pré-procedimento invasivo ou sangramento ativo significativo;
    • Crioprecipitado 1 U/5-10 Kg de peso, IV. Se Fibrinogênio < 100 mg/dL e alto risco de sangramento;
    • Se houver indicação de transfusão, usar hemoderivados com sorologia negativa para CMV e com filtro de leucócitos.
    • Suporte ventilatório
    • Relação P/F > 300, com PaO2 > 80-100 mmHg, FiO2 < 40 % e SaO2 ≥ 95%;
    • Preferir FiO2 mais altas a elevados níveis de PEEP Pplato > 30 mmHg;
    • Corrigir a hiperventilação (manter PCO2 entre 35-40) e evitar lesão pulmonar associada à ventilação mecânica;
    • Reanimação Cardiopulmonar em doadores definidos

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Exames básicos: Hemograma completo; Uréia, Creatinina, Na, K, Gasometria, TGO, TGP, Gama-GT, Fosf. Alc., Bilirrubinas, sorologias (HIV, CMV, Hepatites virais, toxoplasmose), culturas (secreção traqueal, hemoculturas e urina); Ecocardiograma (em casos específicos transesofágico); Broncofibroscopia (variável)

  • Reavaliar eletrólitos e gasometria arterial a cada 6 horas, e monitorar diariamente: TGO, TGP, Bilirrubinas e TAP.

Exames conforme a condição clínica:

  • Sanguínea: Grupo ABO;
  • Hematológicas: Hemograma, Plaquetas;
  • Eletrólitos: Na, K, Ca, Mg;
  • Doador de pulmão: GSA, Rx de tórax, medida da circunferência torácica;
  • Doador de coração: CPK, CKMB, ECG, Cateterismo cardíaco, Ecocardiograma;
  • Doador de Rim: Ur, Cr, EAS (urina tipo I);
  • Doador de Fígado: TGO, TGP, gGT, Bilirrubinas, Albumina, TAP/Ptta;
  • Doador de Pâncreas: Amilase, Lipase, Glicemias;
  • Infecções: colher culturas do sítio de origem.

Contraindicações absolutas:

  • Sorológicas: HIV, HTLV I e II, Hepatites B e C;
  • Infecções virais sistêmicas, sepse ou infecção pelo HIV;
  • Meningoencefalite herpética;
  • Linfoma-leucemia de Células T associado à infecção viral;
  • Doença por Príons;
  • Neoplasia maligna ativa (exceto pele não melanoma e alguns tumores primários do SNC);
  • Colagenoses: Lúpus, artrite reumatóide e esclerodermia;
  • Uso de drogas ilícitas endovenosas.

Falsas contraindicações: Infecção por:

  • Trypanossomna cruzi;
  • Echinococcus granulosus;
  • Micobactéria;
  • Outras infestações parasitárias.
  • Citomegalovirus humano;
  • Vírus de Epstein – Barr;
  • Treponema pallidum;
  • Toxoplasma gondii.
Este conteúdo foi desenvolvido por médicos, com objetivo de orientar médicos, estudantes de medicina e profissionais de saúde em seu dia-a-dia profissional. Ele não deve ser utilizado por pessoas que não estejam nestes grupos citados, bem como suas condutas servem como orientações para tomadas de decisão por escolha médica. Para saber mais, recomendamos a leitura dos termos de uso dos nossos produtos.

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