Ejacular diminui risco de câncer de próstata

Estudo prospectivo recém publicado na European Urology sugere que a frequência de ejaculação é inversamente relacionada ao risco de câncer de próstata, ou seja, a ejaculação seria um fator de proteção para o câncer de próstata. O câncer de próstata é a segunda maior causa de mortes por câncer no Brasil no sexo masculino. Este …

250-BANNER5Estudo prospectivo recém publicado na European Urology sugere que a frequência de ejaculação é inversamente relacionada ao risco de câncer de próstata, ou seja, a ejaculação seria um fator de proteção para o câncer de próstata.

O câncer de próstata é a segunda maior causa de mortes por câncer no Brasil no sexo masculino. Este anos, cerca de 60 mil brasileiros receberão este diagnóstico, e, ainda assim, acredita-se que este número esteja subestimado, dado que a maioria dos casos é diagnosticada mais tardiamente.

Além da alta prevalência da doença, que evolui de maneira indolente na grande maioria dos casos, outro fator aumenta a importância de tais achados do estudo, a falta de fatores de proteção e estratégias de prevenção conhecidas.

O estudo incluiu 31925 homens, com idade média de 59 anos, que responderam a um questionário de frequência ejaculatória mensal média referentes a 3 períodos da vida (no ano anterior a distribuição do questionário, na terceira e quinta décadas de vida). O seguimento destes foi realizado até 2010.

Durante os 480831 pessoas-ano de estudo (produto entre o número de pessoas e os anos de seguimento), 3839 homens foram diagnosticados com câncer de próstata, sendo que 384 destes foram letais. Após eliminação de potenciais fatores de confundimento, o risco relativo de câncer de próstata foi 20% menor em homens com pelo menos 21 ejaculações por mês (alta frequência), quando comparados a homens com 4-7 ejaculações por mês (baixa frequência). Esta relação foi observada para os três momentos de estudo (ano anterior, terceira década e quinta década de vida). Grupos de frequência ejaculatória intermediária como 8-12 e 13-20 ejaculações/mês, especialmente na quinta década de vida, apresentaram também associação com menor risco relativo, de 10% e 20% respectivamente.

Uma observação curiosa, que, no entanto, não invalida o estudo, é que muitos poucos homens referiram 0-3 ejaculações por mês, e por isso a faixa de 4-7 foi determinada como a faixa de baixa frequência. Muitas críticas metodológicas podem ser feitas ao estudo, tratando-se de um questionário auto-declarado sobre um assunto de grande tabu, e também sujeito a um viés de memória importante.

No entanto, mais do que o número absoluto de ejaculações médias ou de redução no risco relativo, o mais concreto a se valorizar no estudo é a relação dose-resposta, o aumento da redução do risco relativo com o aumento da frequência ejaculatória parece ser real, e, até o momento, é a maior evidência que temos desta relação. Ainda que esta associação não possa indicar uma causalidade.

O grupo de alta frequência ejaculatória (> 21/mês) apresenta um perfil distinto dos demais: maior consumo calórico, maior consumo de álcool, maior incidência de doenças sexualmente transmissíveis, e maior incidência de tabagismo prévio ou atual. Sendo assim, houve uma preocupação de que a redução do risco neste grupo fosse atribuível a morte prematura por outras causas, ou seja, pacientes morriam antes de desenvolver o câncer. Porém, usando modelos matemáticos, buscou-se minimizar este risco, e de fato, a associação não parece ser atribuída a morte por outras causas.

Dada a plausibilidade biológica e as evidências confiáveis, mesmo que sem causalidade estabelecida, é razoável considerar que uma vida sexual saudável faz bem para a próstata. Fica a dica: “Mantenham o encanamento sempre limpo!”

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Referências Bibliográficas:

  • Jennifer R. Ridera, Kathryn M. Wilson, Jennifer A. Sinnott, Rachel S. Kelly, Lorelei A. Muccia, and Edward L. Giovannucci. Ejaculation Frequency and Risk of Prostate Cancer: Updated Results with an Additional Decade of Follow-up. European Urology. 2016. Published by Elsevier. B.V.DOI: 10.1016/j.eururo.2016.03.027.

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