Intubação traqueal: posição supina ou vertical?

A intubação traqueal é mais comumente realizado na posição supina, mas estudos recentes sugerem que a elevação da cabeça do paciente diminui complicações.

A intubação traqueal por laringoscopia direta tem sido um procedimento importante na medicina, possuindo caráter eletivo ou de emergência. A indicação de modo eletivo fica reservada principalmente para os pacientes submetidos a cirurgia, sendo uma decisão de anestesistas e endoscopistas, por exemplo. Para o pediatra, as principais indicações estão nas situações de emergência, tais como parada cardiorrespiratória, insuficiência respiratória, hipoventilação, choque, coma, pós-operatório e politraumatismo. A intubação traqueal também pode ser utilizada para controle da ventilação e administração de medicamentos.

Este procedimento é mais comumente realizado na posição supina. Entretanto, estudos recentes sugerem que a elevação da cabeça do paciente para uma posição mais vertical pode diminuir as complicações da intubação. No entanto, existem poucos dados sobre a viabilidade da intubação ereta no departamento de emergência.

Recentemente, Turner e colaboradores realizaram um estudo observacional prospectivo para avaliar a taxa de sucesso de residentes realizando intubação em supino e não supino, incluindo posições eretas. Para isso foi avaliado o sucesso da primeira passagem calculado em relação a três grupos: 0-10° (supino), 11-44° (inclinado) e ≥45° (vertical). O sucesso da primeira passagem também foi analisado através de incrementos de ângulo de 5°. Na Figura 1 pode ser observada a prática da intubação em 45°.

Figura 1. Demonstração da intubação a 45°/Fonte: Turner et al., 2017.

No estudo, foram analisadas 231 intubações realizadas por 58 residentes. Os residentes participantes realizaram de 1 a 12 intubações. Trinta e oito residentes realizaram três ou mais intubações, e destes 31 realizaram o procedimento em diferentes posições.

O sucesso da primeira passagem foi de 65,8% para o grupo supino, 77,9% para o grupo inclinado e 85,6% para o grupo vertical (p=0,024). Para cada aumento de 5° no ângulo, houve maior probabilidade de sucesso na primeira passagem (p=0,043).

Os resultados mostraram que os residentes apresentaram uma taxa elevada de sucesso na intubação na posição ereta. Embora isso não demonstre a causalidade, pode ser correlacionar com a literatura recente que desafia a abordagem tradicional de supino para a intubação e indica que uma investigação mais aprofundada sobre o posicionamento ideal durante as intubações do departamento de emergência é necessária.

Referências:

  • Grover A, Canavan C. Tracheal intubation. Anaesth Intensive Care Med. 2007;8(9):347–51.
  • Turner JS, Ellender TJ, Okonkwo ER, Stepsis TM, Stevens AC, Sembroski EG, et al. Feasibility of upright patient positioning and intubation success rates at two academic emergency departments. Am J Emerg Med [Internet]. Elsevier Inc.; 2017; Available from: https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0735675717301006https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28202295

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