Paciente bateu a cabeça: quando se preocupar?

A maior parte dos casos de lesão cerebral traumática (LCT) são leves e muitos pacientes mostram recuperação funcional incompleta a longo prazo.

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A maior parte dos casos de lesão cerebral traumática (LCT) é leve e muitos pacientes mostram recuperação funcional incompleta a longo prazo. Em um novo estudo, publicado no The Lancet, pesquisadores objetivaram criar um modelo prognóstico para o desfecho funcional, combinando demografia, gravidade da lesão e fatores psicológicos, para identificar pacientes em risco de recuperação incompleta aos 6 meses.

Para isso, foi realizado um estudo de coorte observacional nos departamentos de emergência de três centros de trauma na Holanda, incluindo pacientes com LCT leve (escore na escala de coma de Glasgow de 13-15 + amnésia pós-traumática com duração inferior a 24h ou perda de consciência por menos de 30 minutos).

Os dados foram recolhidos na admissão (gravidade da lesão, demografia e condições físicas) ou na 2ª semana após o trauma (humor, sofrimento emocional, enfrentamento e queixas pós-traumáticas). O desfecho funcional foi a recuperação, avaliada aos 6 meses após a lesão com a escala de desfecho de Glasgow (recuperação completa: GOSE = 8; incompleta: GOSE ≤ 7).

Veja também: ‘O que há de novo no Traumatismo Crânio-Encefálico?’

Entre 2013 e 2015, dados de 910 pacientes com LCT leve foram coletados; o acompanhamento foi de 6 meses. Destes pacientes, 764 (84%) apresentaram queixas pós-traumáticas e 414 (45%) relataram sofrimento emocional.

Nos 6 meses após a lesão, dados sobre o desfecho estavam disponíveis para 671 pacientes; a recuperação completa (GOSE = 8) foi observada em 373 (56%) pacientes e a incompleta (GOSE ≤7) em 298 (44%).

As análises de regressão identificaram vários preditores para os desfechos aos 6 meses, incluindo educação e idade, com indicadores significativos de sofrimento emocional e enfrentamento na 2ª semana, do que apenas os dados recolhidos no momento da admissão.

Pelos resultados, os pesquisadores concluíram que fatores psicológicos (distúrbios emocionais e experiências negativas após lesão) em combinação com problemas de saúde mental pré-lesão, educação e idade, são importantes preditores de recuperação aos 6 meses após uma LTC leve.

Segundo os autores do estudo, esses achados podem fornecer metas para intervenções precoce para melhorar os desfechos nesse grupo de pacientes com risco de recuperação incompleta.

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Referências:

  • Early predictors of outcome after mild traumatic brain injury (UPFRONT): an observational cohort study
    van der Naalt, Joukje et al. The Lancet Neurology, Volume 16, Issue 7, 532 – 540 (https://dx.doi.org/10.1016/S1474-4422(17)30117-5)

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