Publicada recentemente no JAMA Cardiology, pesquisa realizada em 131 hospitais americanos indicou três práticas de gestão hospitalar de equipe que se associaram a um melhor desfecho em paradas cardiorrespiratórias (PCR).
Segundo o estudo, monitoramento cuidadoso das compressões torácicas evitando interrupções, treinamento adequado em reanimação cardiopulmonar e revisão dos casos de parada cardiorrespiratória foram as três práticas que melhor se associaram a aumento na sobrevivência pós-PCR (apresentando significância estatística bastante relevante).
O estudo evidenciou ampla variedade de as taxas de sobrevivência entre os hospitais, podendo variar de 9% a 37%. Os pesquisadores dividiram estes hospitais em quintis, segundo a taxa de sobrevivência dos mesmos, e tentaram associar as práticas mais comuns em cada quintil, e quais práticas hospitalares, portanto, se associam a um melhor desfecho da parada cardiorrespiratória.
Fatores relacionados a localização geográfica dos hospitais, ao paciente e ao número de leitos da unidade não demonstraram diferença significativa entre os grupos. A única diferença significativa foi a ocorrência aumentada de hospitais acadêmicos no grupo de melhor sobrevivência.
Ao analisar individualmente as estratégias, observou-se uma razão de chance de 8,55 para a revisão de casos de parada cardiorrespiratória mensalmente, 6,85 para a mesma revisão a cada 15 dias, 3,23 para treinamentos descritos como adequados (por avaliação dos próprios funcionários) e 2,71 para monitoramento das compressões torácicas.
O estudo, no entanto, apresenta algumas limitações, tratando-se de um estudo retrospectivo de caso-controle com algumas informações obtidas por análises de dados hospitalares e outras por entrevista com funcionários. De fato, o estudo ajuda a formular hipóteses que podem ser aprofundadas por estudos intervencionistas.
Estas estratégias, portanto, evidenciam três potenciais pilares da reanimação cardiopulmonar:
- Preocupação com a técnica correta durante a parada: especialmente quanto às compressões torácicas;
- Treinamento da equipe de reanimação;
- Revisão dos casos de parada cardiorrespiratória, na tentativa de melhorar o desempenho da equipe e corrigir falhas.
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Referências Bibliográficas:
- Chan PS, Krein SL, Tang F, et al. Resuscitation practices associated with survival after in-hospital cardiac arrest.JAMA Cardiol 2016; DOI:10.1001/jamacardio.2016.0073.
- Merchant RM, Yang L, Becker LB, et al; American Heart Association Get With the Guidelines-Resuscitation Investigators. Incidence of treated cardiac arrest in hospitalized patients in the United States. Crit Care Med. 2011;39(11):2401-2406.
- Strategies to Improve Cardiac Arrest Survival. A Time to Act. Washington, DC: Institute of Medicine; 2015.