Tempo de introdução de alimentos alergênicos está relacionado à doença alérgica ou autoimune?

Revisão abordando o tema introdução de dieta com alimentos alergênicos buscou avaliar a influência da mesma e o risco de alergia ou doença autoimune.

Foi publicada no JAMA de setembro de 2016 uma revisão sistemática e meta análise abordando o tema introdução de dieta com alimentos alergênicos, que buscou avaliar a influência da mesma e o risco de alergia ou doença autoimune.

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Foram incluídos ensaios de intervenção e estudos observacionais, publicados de janeiro de 1946 a março de 2016, que avaliaram tempo de introdução do alimento alergênico no primeiro ano de vida e relataram doença alérgica ou autoimune, ou sensibilização alérgica.

As principais associações avaliadas foram broncoespasmo, eczema, rinite alérgica, alergia alimentar, sensibilização alérgica, diabetes mellitus tipo 1, doença celíaca, doença inflamatória intestinal, artrite, doença autoimune da tireoide e artrite juvenil.

Acabaram concluindo que a época de introdução de certos alimentos alergênicos foi associada com risco de doença alérgica, mas não risco de doença autoimune. Houve evidência moderada de que a introdução de ovo na idade de 4 a 6 meses foi associada com reduzida alergia ao ovo, e a introdução de amendoim na idade de 4 a 11 meses foi associada com menor alergia ao amendoim do que quando houve posterior introdução desses alimentos.

Houve pouca evidência de que a introdução de peixe antes de 6 a 12 meses de idade estaria associada com a redução da rinite alérgica. Menor evidência ainda de que a introdução de peixe antes de 6 a 9 meses estivesse associada com reduzida sensibilização alérgica.

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A base de evidências para a introdução de alimentos alergênicos e o desenvolvimento de alergia ao mesmo alimento foi limitada a um número relativamente pequeno de estudos e eventos, só havendo relação estatisticamente significativa na avaliação da introdução do ovo e do amendoim.

Em contraste com alergia ao ovo e ao amendoim, esta revisão encontrou que a tolerância oral não era relevante para a doença celíaca, sugerindo que os resultados não podem ser generalizados para outras alergias a alimentos mediadas por anticorpos IgE.

Estes dados conflitam com as recomendações anteriores para atrasar a introdução de alimentos alergênicos na dieta infantil, e sugerem que as diretrizes atuais que não aconselham a introdução precoce de alimentos alergênicos podem precisar de ser revisadas.

É claro que é importante ter bom senso e não recomendar a introdução precoce de ovo e amendoim para todas as crianças, visto que precisamos de uma avaliação cuidadosa da segurança e aceitabilidade desses alimentos na nossa população.

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Referências:

  • JAMA. 2016;316(11):1181-1192. doi:10.1001/jama.2016.12623
  • https://jamanetwork.com/journals/jama/article-abstract/2553447

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