A obesidade materna pré-gestacional afeta a infertilidade dos filhos?

Até agora não se tem muito definidas as consequências da obesidade materna pré-concepcional e gestacional no futuro reprodutivo dos filhos.

O mundo tem sido acometido por muitas “pandemias”. Cada vez mais temos visto algumas “patologias” acometendo a vida de homens e mulheres. Não tem sido diferente com a “pandemia da obesidade”. Com a postergação da maternidade, temos visto cada vez mais casais ainda relativamente jovens procurarem serviços para tratamento de infertilidade com quadros associados de obesidade materna, infertilidade isolada, tabagismo, entre outros transtornos que têm afetado a fertilidade desses homens e mulheres.

A obesidade tem sido estudada e relacionada a doenças que acometem fetos em suas vidas extrauterinas desde a década de 1980. Os estudos têm visado principalmente os transtornos dos sistemas cardiovasculares e distúrbios metabólicos. Até agora não se tem muito definidas as consequências da obesidade materna pré-concepcional e gestacional no futuro reprodutivo desses fetos.

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Bebê nascido de gestação com obesidade materna

Estudo mais recente

Assim, esse estudo de coorte publicado em novembro de 2020 na Acta Obstetricia et Gynecologica Scandinavica teve como objetivo avaliar a influência do IMC pré-gestacional materno no futuro reprodutivo de seus filhos e filhas.

O estudo iniciou-se de abril de 1984 a abril de 1987 com as avaliações maternas de IMC e seguimento posterior de seus filhos. O estudo foi finalizado em fevereiro de 2018 com aproximadamente 9.100 filhos de 11 mil mulheres com avaliação da fertilidade dessas pessoas estando com 31 a 34 anos de idade. Alguns saíram do estudo ou migraram para outros locais fora da Dinamarca.

O IMC materno foi calculado classicamente pela razão entre peso e o quadrado da altura:

  • < 18,5 kg/m² — baixo peso;
  • 18,5 a 24,9kg/m² — peso normal;
  • 25 a 29,9 kg/m² — sobrepeso;
  • >30 kg/m² — obesidade.

A avaliação de fertilidade dos filhos dessas mães foi realizada com acessos aos bancos de dados dos casais submetidos a F.I.V. (fertilização in vitro) — um banco de dados que envolve todos os procedimentos realizados contemplando CID’s com alguma relação com infertilidade. Além disso, os registros de paternidade também foram analisados, portanto os filhos de mães com sobrepeso ou obesas eram estudados com sua prole natural ou se precisassem de tratamentos de fertilização ou se apresentassem codificação relacionada à infertilidade conjugal.

Achados

  1. Os filhos de mães obesas apresentaram infertilidade em maior número do que filhos de mães com peso normal.
  2. Não foram encontradas alterações de fertilidade das filhas de mães obesas ou de peso normal.

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Mais estudos são necessários para avaliação das causas da obesidade materna durante a gravidez afetar fetos masculinos e não os femininos.

Referências bibliográficas:

  • Arendt LH, et al. Maternal pre‐pregnancy overweight and infertility in sons and daughters: A cohort study. AOGS. 2020. doi: 1111/aogs.14045

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