AAP 2021: detecção e tratamento da Síndrome de Abstinência Neonatal

A síndrome de abstinência neonatal é um conjunto de sintomas de abstinência em recém-nascidos devido ao uso materno de substâncias.

A síndrome de abstinência neonatal (SAN) é um conjunto de sintomas de abstinência em recém-nascidos devido ao uso materno de substâncias no período pré-natal. O Sistema de Pontuação de Abstinência Neonatal Finnegan tem sido amplamente usado para direcionar o tratamento farmacológico para essa síndrome. 

No início de setembro de 2019, o CAMC Women’s & Children’s Hospital começou a usar a abordagem: “Comer, dormir, consolar” (CDC), que se baseia no conforto do bebê, em vez de reduzir todos os sinais de abstinência de opioides com medicação. Assim, esse hospital decidiu avaliar e publicar na AAP Experience 2021, congresso da American Academy of Pediatrics, uma abordagem diferenciada, examinando especificamente o uso de tratamentos não farmacológicos, tempo de internação e terapia farmacológica. 

AAP 2021 detecção e tratamento da Síndrome de Abstinência Neonatal

Métodos

Foram revisados retrospectivamente os prontuários médicos de recém-nascidos a termo nascidos no CAMC Women & Children’s Hospital durante setembro de 2019 a setembro de 2020 com exposição pré-natal documentada a opiáceos e monitorados para sintomas SAN no berçário. Foram registradas as escalas de Finnegan e “Comer, dormir, consolar”, nos primeiros 5 dias de vida, bem como o tempo de permanência e a necessidade de terapia farmacológica. Os dados sobre neonatos admitidos pelo berçário nos 12 meses anteriores a setembro de 2019 foram obtidos para comparar os resultados pré e pós-implementação dessa nova terapia. 

Resultados

Um total de 64 neonatos tratados pelo modelo CDC preencheram todos os critérios de inclusão. Os tratamentos não farmacológicos mais comuns registrados incluíram a presença dos pais ou cuidadores (34%), alojamento conjunto (28%), contato pele a pele (27%) e bebê no colo (17%). Com a abordagem CDC, 16 bebês preencheram os critérios da Finnegan para tratamento farmacológico, mas não receberam metadona. No entanto, não foram encontradas diferenças estatísticas entre neonatos tratados por pré-CDC, modelo Finnegan (n = 71) vs. abordagem CDC (n = 64) para o uso de terapia farmacológica (34% vs. 27% dos bebês recebendo metadona) e tempo de internação (mediana: 5 (2-32) vs. 5,5 (2-30) dias). 

Conclusão

A abordagem “Comer, dormir, consolar” tem o potencial de reduzir o uso de terapia farmacológica nas síndromes de abstinência neonatal. No entanto, a presença dos pais e as opções de alojamento conjunto permanecem um desafio no hospital estudado. A fim de otimizar a abordagem não farmacológica do “Comer, dormir, consolar”, instituições terão que improvisar com seus recursos limitados, pois isso afeta a capacidade dos pais de estarem presentes ao lado da cama, dormir no quarto do bebê e aumentar o contato pele a pele, amamentação e outras medidas reconfortantes.

Estamos acompanhando o congresso da AAP 2021. Fique ligado no Portal PEBMED!

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