AAP 2021: corticoides inalatórios no pronto-socorro para asma recorrente após fim de programa de incentivo

O Programa Nacional de Educação e Prevenção da Asma defende a prescrição de corticosteroides inalatórios no pronto-socorro para melhorar o controle da asma.

A asma é uma das principais doenças crônicas da infância, com alta morbidade e grande impacto na utilização de recursos de saúde. Em 2011, a asma foi o diagnóstico primário para 1,8 milhão de visitas ao departamento de emergência dos Estados Unidos entre crianças e adultos, sendo a asma a terceira causa de hospitalização entre crianças.

Como a asma é ocasional, muitos pacientes não procuram atendimento até que os sintomas de uma exacerbação ocorram. Além disso, sabe-se que até 37% das crianças retornam ao pronto-socorro 6 meses após sua visita inicial ao pronto-socorro. Outro dado já conhecido é que os pacientes na alta do pronto-socorro têm baixo índice de acompanhamento com o pediatra e a chance de um manejo adequado em longo prazo pode ser perdida.

O Programa Nacional de Educação e Prevenção da Asma defende a prescrição de corticosteroides inalados (CI) no pronto-socorro para melhorar o controle da asma, mas os pediatras do serviço de emergência relutam em prescrevê-los. Em 2018, uma iniciativa de melhoria de qualidade no departamento de emergência do Phoenix Children’s Hospital, no Arizona, melhorou as taxas de prescrição de corticoides inalatórios de 2% para 77% usando um sistema de alerta eletrônico e incentivando financeiramente os emergencistas a prescreverem CI para visitas recorrentes de asma.

menino usando corticoides inalatórios para asma

Prescrição de corticoides para asma

O objetivo deste estudo foi avaliar se as taxas de prescrição do CI mudaram após o término do incentivo financeiro.

Métodos: estudo retrospectivo que examinou pacientes de 4 a 18 anos com pelo menos duas visitas ao pronto-socorro para asma em 365 dias e nenhuma prescrição de CI recente. Os fatores de exclusão foram atraso no desenvolvimento, displasia broncopulmonar, fibrose cística, doença falciforme ou doença pulmonar intersticial. A coleta de dados consistiu em dados demográficos, CI anterior, se o CI foi prescrito ou não e razões para não prescrever.

Resultados

Houve 96 pacientes elegíveis identificados durante o período do estudo. A taxa de prescrição de CI sem incentivo financeiro permaneceu alta em 0,74 e não foi significativamente diferente da taxa com incentivo de 0,77, com valor de P 0,82. Não foram detectadas diferenças estatisticamente significativas nas características basais entre os pacientes que receberam alta com e sem prescrição de CI.

Conclusão

Este estudo apresentado na AAP Experience 2021, congresso da American Academy of Pediatrics, confirmou que um alerta eletrônico informando a prescrição de CI no pronto-socorro para pacientes com asma recorrentes é eficaz, mesmo sem incentivo financeiro, o que o torna altamente sustentável.

A estratégia de usar alertas eletrônicos para lembrar os pediatras de prescrever medicamentos de controle recomendados para doenças crônicas pode ser implementada em outros ambientes hospitalares e para outros tipos de doenças.

Estamos acompanhando o congresso da AAP 2021. Fique ligado no Portal PEBMED!

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