AAP 2021: melhora da qualidade e redução das deformidades cranianas em bebês de muito baixo peso ao nascer

Recém-nascidos em posição supina por longos períodos tem mais risco de desenvolver deformidades cranianas, principalmente os com baixo peso.

É comum nas UTIs neonatais, os recém-nascidos (RNs) serem colocados na posição supino por períodos prolongados, o que aumenta o risco de desenvolver deformidades cranianas (plagiocefalia), principalmente em RNs de muito baixo peso ao nascer (RNMBP), ou seja, peso inferior mais de 1500 gramas ou idade gestacional menor que 32 semanas ao nascimento. Essa plagiocefalia posicional se deve por vários tipos, sendo a braquicefalia e a dolicocefalia as mais comuns. 

Um estudo sobre plagiocefalia e RNMBP da University of Florida – University of Florida College of Medicine, foi publicado AAP Experience 2021, congresso da American Academy of Pediatrics, e abaixo resumimos os principais pontos. 

O objetivo do estudo era reduzir a incidência de qualquer deformidade craniana em RNMBP de um incidência inicial de 47% (outubro a dezembro de 2019) para menos de 35% em dezembro de 2020 (25% redução).

AAP 2021 melhora da qualidade e redução das deformidades cranianas em bebês de muito baixo peso ao nascer

Métodos

Para tal estudo uma equipe composta por terapeutas ocupacionais, enfermeiros, setor de qualidade e provedores foram convocados. A deformidade craniana foi diagnosticada pelo cálculo do índice craniano usando medidas cranianas. Foram organizadas reuniões interdisciplinares e sessões de brainstorming. Para a padronização, a equipe de terapeutas ocupacionais utilizou compassos de calibre padronizados para diminuir a variabilidade. Após, foram utilizados travesseiros de gel e folhas de instruções para todos os RNMBP. A fim de monitorar a conformidade com o uso de travesseiros de gel, os membros da equipe realizaram auditorias aleatórias durante os rounds e monitoraram se os RNs elegíveis foram colocados apropriadamente nos travesseiros. Posteriormente, identificaram que, apesar das folhas de instruções ao lado do leito, os bebês não eram colocados de forma consistente em travesseiros de gel, para adequar isso, foram realizadas sessões de educação de enfermagem à beira do leito e uma feira de habilidades de enfermagem para melhorar o conhecimento sobre o uso consistente e apropriado de travesseiros de gel.

Resultados

Após a padronização, foi observado um aumento inicial na incidência de deformidades cranianas para 53% (janeiro a março de 2020). Após o uso dos travesseiros de gel, a incidência diminuiu gradualmente para 39% em setembro de 2020. Com mais educação para a enfermagem, a incidência de deformidades cranianas em bebês com muito baixo peso ao nascer reduziu para 35,5% em dezembro de 2020. Foi observado também um aumento no uso de travesseiros de gel no período de junho de 2020 a março de 2021. Através dessas modificações, a UTI em questão conseguiu manter a taxa de uso de travesseiros de gel em torno de 85%.

Conclusão

Com a melhoria da educação da enfermagem e o uso consistente de travesseiros de gel, a UTI neonatal estudada conseguiu diminuir gradualmente a incidência de deformidades cranianas em RNMBP. 

Estamos acompanhando o congresso da AAP 2021. Fique ligado no Portal PEBMED!

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