AAS está relacionado à redução nos riscos de câncer de ovário e fígado

Um novo levantamento associa o uso do ácido acetilsalicílico (AAS) à redução na probabilidade de desenvolvimento de câncer de fígado e de ovário.

Tempo de leitura: [rt_reading_time] minutos.

Os benefícios do ácido acetilsalicílico (AAS) na prevenção primária de riscos cardiovasculares já foram alvo de diversos estudos realizados a fim de comprovar a eficácia do fármaco. Desta vez, um novo levantamento associa o uso do medicamento à redução na probabilidade de desenvolvimento do câncer de fígado e ovário.

Em duas pesquisas sobre os efeitos do AAS na profilaxia do câncer, foram verificados desfechos positivos na redução dos riscos para a doença em pacientes que utilizaram baixa dosagem do fármaco em relação àqueles que não usavam o medicamento; no entanto, apenas em uso prolongado. Ambos os resultados foram publicados em outubro na revista Jama Oncology.

O primeiro levantamento contou com 133.371 participantes, 45 .864 mulheres e 87.507 homens. Os pacientes foram designados em dois grupos, o primeiro relatou tomar AAS por pelo menos duas vezes na semana, o segundo grupo não utilizou a medicação. Após acompanhamento de 26 anos, ocorreram 108 casos de carcinoma hepatocelular, porém os riscos foram menores nos indivíduos que usaram a medicação regularmente em relação aos demais (Hazard ratio, 0,51; IC 95%, [0,34-0,77]). Embora os efeitos positivos tenham surgido, o menor risco para o câncer de fígado foi observado mais notadamente nos participantes que utilizaram o AAS, na dose padrão semanal, durante cinco anos ou mais (HR 0,41; IC 95% [0,21-0,77]).

Leia mais: AAS é eficiente na prevenção de eventos cardiovasculares em idosos?

O segundo estudo envolveu 205 .498 mulheres que foram divididas em dois grupos, o primeiro tomou AAS e o segundo não usou o fármaco. As participantes foram acompanhadas de 1989 até 2015 e a análise dos dados ocorreu entre 2016 e 2017. Ao final deste prazo, aconteceram 1054 casos diagnosticados de câncer epitelial de ovário. Não foram identificadas diferenças significativas entre os dois grupos, a despeito da dose administrada (HR 0,99; IC 95% [0,83-1,19).

Porém, quando a dosagem foi avaliada separadamente em relação ao grupo que não usou AAS, o subgrupo que tomou baixas doses do medicamento (≤100 mg) apresentou menores riscos (HR, 0,77; IC 95% [0,61-0,96]), e não houve essa redução em quem tomou a dose padrão (325 mg) do fármaco (HR, 1,17; IC 95%, [0,92-1,49]).

Mais pesquisas devem ser realizadas no intuito de delimitar os reais benefícios do AAS na prevenção do câncer e quais os efeitos do fármaco a longo prazo.

Tenha em mãos informações objetivas e rápidas sobre práticas médicas. Baixe o Whitebook

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

Referências:

  • Simon TG, Ma Y, Ludvigsson JF, et al. Association Between Aspirin Use and Risk of Hepatocellular Carcinoma. JAMA Oncol. Published online October 04, 2018. doi:10.1001/jamaoncol.2018.4154
  • Barnard ME, Poole EM, Curhan GC, et al. Association of Analgesic Use With Risk of Ovarian Cancer in the Nurses’ Health Studies. JAMA Oncol. Published online October 04, 2018. doi:10.1001/jamaoncol.2018.4149

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo

Selecione o motivo:
Errado
Incompleto
Desatualizado
Confuso
Outros

Sucesso!

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo.

Você avaliou esse artigo

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Baixe o Whitebook Tenha o melhor suporte
na sua tomada de decisão.

Especialidades