Abordagem diagnóstica da colecistite aguda

Em nossa publicação semanal de conteúdos compartilhados do Whitebook Clinical Decision, trazemos a abordagem diagnóstica da colecistite aguda.

Nesta semana, falamos sobre o tratamento cirúrgico da colecistite aguda litiásica. Por isso, em nossa publicação semanal de conteúdos compartilhados do Whitebook Clinical Decision, trazemos a abordagem diagnóstica da colecistite aguda.

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Este conteúdo deve ser utilizado com cautela, e serve como base de consulta. Este conteúdo é destinado a profissionais de saúde. Pessoas que não estejam neste grupo não devem utilizar este conteúdo.

Abordagem Diagnóstica

Considerações Iniciais

O diagnóstico definitivo de colecistite é estabelecido por exame de imagem a partir da suspeita clínica. O exame de imagem de primeira escolha é a ultrassonografia de abdome, sendo a cintilografia hepatobiliar a alternativa de preferência.

  • Exames laboratoriais de rotina: Hemograma completo, função renal e eletrólitos, transaminases (TGO e TGP), fosfatase alcalina (FA), gamaglutamiltransferase (GGT), bilirrubina total e frações, proteína C-reativa, amilase e lipase. Beta-HCG pode ser solicitado em mulheres jovens e urinálise (EAS ou urina tipo 1) também pode ser solicitado para diagnóstico diferencial com pielonefrite e nefrolitíase.
  • Hemocultura: Deve ser solicitada para todos os pacientes, indicada ou não a antibioticoterapia.

Exames Laboratoriais

  • Hemograma: Pode apresentar leucocitose com desvio à esquerda.
  • Amilase e Lipase: Solicitados para avaliar a presença de pancreatite, lembrando que pequenos aumentos de amilase podem ser decorrentes do próprio processo da colecistite.
  • Hepatograma: Alterações no hepatograma podem estar presentes, principalmente: aumento de transaminases e enzimas canaliculares (FA e GGT) e hiperbilirrubinemia com predomínio de direta, caracterizando a colestase. Aumento discreto de bilirrubina (Total < 4 mg/dL) pode estar presente na colecistite não-complicada, porém se bilirrubina total > 4 mg/dL, suspeitar de coledocolitíase associada ou síndrome de Mirizzi.

Exames de Imagem

  • Indicação: Exames de imagem estão indicados em todo paciente com suspeita de colecistite. O exame de imagem de primeira escolha é a ultrassonografia de abdome, sendo a cintilografia hepatobiliar a alternativa de preferência.
  • Ultrassonografia de abdome: Exame de primeira escolha. Estabele o diagnóstico na presença dos seguintes achados: presença de colelitíase (imagens hiperecogênicas); espessamento e/ou edema da parede da vesícula (> 3 mm); presença de líquido pericolecístico; distensão da vesícula biliar; dilatação do ducto biliar intra e extra-hepático; sinal de Murphy ultrassonográfico.
    Colecistite acalculosa: Ausência de litíase; presença de lama biliar; vesícula estriada; distensão e presença de líquido pericolecístico;
    Complicações: Presença de gás no fundo da vesícula (sinal do champagne), indicativa de colecistite enfisematosa; vesícula perfurada com formação de abscesso ou perfuração livre (acompanhada de sinais de peritonite).
  • Cintilografia Hepatobiliar: Exame cintilográfico contrastado com ácido iminodiacético marcado com tecnécio (HIDA) é indicado quando a ultrassonografia não foi conclusiva e outro diagnóstico é menos provável. Normalmente, após a injeção de contraste, a visualização do ducto biliar comum, vesícula biliar e intestino delgado ocorre em 30-60 minutos, sendo o teste positivo caso a vesícula biliar não seja visualizada (devido ao edema que obstrui o ducto cístico ou a presença de cálculo. No entanto, o exame pode apresentar alguns falso-positivos, como:
    • Obstrução por cálculo ou tumor na ausência de colecistite;
    • Doença hepática grave, com diminuição ou retardo da eliminação do contraste;
    • Pacientes em jejum prolongado e nutrição parenteral total, que já apresentam a vesícula cheia;
    • Esfincterotomia biliar, em que a passagem para o intestino delgado é facilitada;
    • Hiperbilirrubinemia, podendo causar uma depuração hepática diminuída do meio contrastado.
  • Tomografia Computadorizada de abdome: Pode ser utilizada para identificar desordens extrabiliares e complicações da colecistite, o uso de contraste venoso aumenta a sensibilidade do exame para o diagnóstico de colecistite. Achados sugestivos correspondem a: presença (ou ausência) de pedras; espessamento da parede da vesícula biliar (> 3 mm); presença de líquido pericolescístico; sinal do halo subseroso (lucência intramural); distensão da vesícula biliar (> 5 cm); presença de gás no fundo da vesícula ou em sua parede; vesícula perfurada com formação de abscesso. Seu rendimento, no entanto, é menor do que da USG de abdome.
  • Colangioressonância: Alternativa aos demais exames, não indicada de rotina. Apresenta potencial benefício na avaliação de litíase em ducto cístico e ducto biliar comum, sendo mais sensível que os demais exames para este diagnóstico.
Este conteúdo foi desenvolvido por médicos, com objetivo de orientar médicos, estudantes de medicina e profissionais de saúde em seu dia-a-dia profissional. Ele não deve ser utilizado por pessoas que não estejam nestes grupos citados, bem como suas condutas servem como orientações para tomadas de decisão por escolha médica. Para saber mais, recomendamos a leitura dos termos de uso dos nossos produtos.

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