Uma das preocupações com as valvas biológicas é a degeneração, isto é, a perda de funcionalidade, com o passar dos anos. Esta complicação é mais comum em posição aórtica, onde o gradiente pressórico e o “shear stress” são maiores que na mitral.
O estudo SURTAVI, apresentado no congresso do American College of Cardiology (ACC 2022), analisou banco de dados de estudos com TAVI e SAVR (valvas com troca cirúrgica tradicional) e o seguimento destes pacientes por 5 anos. A ideia era estudar a durabilidade da TAVI em comparação com a cirurgia tradicional.
Degeneração valvar
A “degeneração valvar” foi definida tanto como estenose, com gradiente VE-Ao >= 20 mmHg, como pela regurgitação paravalvar. A amostra apresentou cerca de 970 pacientes com SAVR e 1.100 com TAVI. O resultado mostrou degeneração em 4,3% com SAVR e 2,5% com TAVI, uma diferença estatisticamente significativa.
Como análise secundária, nos pacientes com ânulo pequeno (< 23 mm) o risco de degeneração foi maior. Outro achado foi que pacientes com degeneração, seja SAVR ou TAVI, apresentaram pior prognóstico, com maior mortalidade – HR 1,98 (p<0,05).
Mensagem prática
Este é um ótimo estudo mostrando o risco de degeneração valvar e que a TAVI tem durabilidade talvez até melhor que a cirurgia tradicional, o que ratifica sua escolha hoje como principal procedimento na estenose aórtica.
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9 abr. 2024 
4 min. 
