ACC 2022: Prótese “pascal” no tratamento da regurgitação tricúspide

O tratamento percutâneo da regurgitação tricúspide com a prótese “pascal” é uma alternativa em estudo. Saiba mais no Portal PEBMED.

Ao contrário do que se falava no passado, a regurgitação tricúspide (IT) não é “tão inocente” e, se não tratada, piora o prognóstico do paciente, reduzindo sua sobrevida. A plastia durante uma cirurgia cardíaca para troca valvar mitral e/ou aórtica é o tratamento mais utilizado, porém há dúvidas sobre a melhor estratégia em pacientes com IT isolada. O tratamento percutâneo com a prótese “pascal” é uma alternativa em estudo, que funciona de modo similar ao Mitraclip, com um clip que reduz o grau de regurgitação.

O estudo CLASP-TR, cujos resultados foram apresentados no congresso do American College of Cardiology (ACC 2022), acompanhou 65 pacientes ao longo de um ano após o implante. A idade média era 77 anos, 55% mulheres, 89% com FA e maioria com classe funcional III. Houve 91% de sucesso no implante do device, porém só em 77% houve redução significativa da regurgitação; 40% dos pacientes necessitaram de dois clips para sucesso. Neste primeiro ano, a mortalidade foi de 3% e 7,7% dos pacientes apresentaram complicações hemorrágicas. Ao final de um ano, 86% apresentavam regurgitação tricúspide leve ou moderada (isto é, “não-grave”). Um destaque é que o ecocardiograma dos pacientes, após um ano, mostrou remodelamento reverso, isto é, uma tendência ao retorno dos padrões normais após a redução da regurgitação tricúspide.

regurgitação tricúspide

Mensagem prática

Este estudo é preliminar, mostrando que o device é seguro e que os resultados são sustentados por um ano. Agora é necessário comparar com um grupo controle e o benefício em desfechos clínicos, pois apesar do sucesso, o material ainda é muito caro e não há cobertura pela ANS ou SUS.

Estamos acompanhando o congresso americano de cardiologia. Fique ligado no Portal PEBMED e em nosso Twitter e Instagram.

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