ACSCC 2020: Profilaxia de trombose venosa profunda no paciente cirúrgico

Um dos temas mais recorrentes na condução de um paciente cirúrgico é a profilaxia de trombose venosa profunda (TVP).

O American College of Surgeons Clinical Congress (ACSCC 2020) abrangeu vários temas clínicos importantes que impactam diretamente e indiretamente a rotina e as decisões do cirurgião e de sua equipe. Um dos temas mais recorrentes na condução de um paciente cirúrgico é a profilaxia de trombose venosa profunda (TVP).

médicos cirurgiões fazendo profilaxia de TVP

Profilaxia de TVP

Foi evidenciado através de estudos sólidos que aproximadamente metade dos casos de TVP ocorriam durante os cuidados de saúde, 30% em pacientes pós-operatórios e 35% em pacientes que realizaram procedimentos não cirúrgicos. As condições pré-existentes como obesidade, coagulopatias, anemia entre outras aumentava em 3 a 5 vezes o risco de TVP.

Cerca de 2/3 dos casos se deram após 30 dias da cirurgia ou hospitalização. Uma das informações mais relevantes mostradas é que 70% dos eventos poderiam ser evitados através de medidas preventivas. A deambulação precoce, profilaxia mecânica e química são providências imprescindíveis para redução da ocorrência de TVP.

Escore de Caprini

O escore de Caprini é uma das ferramentas mais interessantes para realizar a estratificação do risco de TVP durante a avaliação pré-operatória. Uma questão prática levantada foi que grande parte dos pacientes submetidos à procedimentos operatórios tem idades maiores de 40 anos, índice de massa corpórea ≥ 25 e são submetidos à cirurgias de grande porte.

De acordo com o escore de Caprini são pacientes de risco moderado e necessitam de profilaxia mecânica e química associadas. Além disso, foi apontado que haverá supertratamento em alguns casos.

Atenção especial deve ser dada para pacientes obesos e submetidos à cirurgia bariátrica, assim como pacientes de cirurgias abdominais de grande porte, cirurgias pélvicas, pacientes oncológicos, doença inflamatória intestinal e Caprini > 8.

Nestas situações avalia-se estender a profilaxia pós-operatória por 30 dias utilizando heparina de baixo peso molecular, além de profilaxia pré-operatória. Ressaltou-se que cada dose é importante. Doses não aplicadas por esquecimento dos pacientes eleva em torno de 5 vezes os casos de TVP quando comparada ao tratamento ideal.

Um aspecto relevante que se apresenta como um desafio para qualquer profissional é a barreira para implementar na rotina prática condutas baseadas em evidências. Esta é uma questão que envolve múltiplos níveis da assistência e que, por fim, afeta o prognóstico do paciente e os indicadores da unidade de saúde.

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