Adolescentes meninos procuram três vezes menos atendimento médico que as meninas

Assim como os homens adultos, os adolescentes meninos vão menos ao médico. Os dados foram obtidos pela Sociedade Brasileira de Urologia.

Assim como os homens adultos, os adolescentes meninos não vão ao médico. Essa foi a conclusão que os especialistas do Ministério da Saúde, com dados obtidos pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), tiveram sobre o cenário atual brasileiro.

Um levantamento mostrou que, em 2020, o acesso das meninas entre 16 e 19 anos ao Sistema Único de Saúde (SUS) foi três vezes maior, com 6,9 milhões contra 2,1 milhões de meninos. Sendo que é neste período que ambos os sexos devem aprender medidas preventivas de saúde, como as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).

Em pesquisa realizada pela SBU foi constatado que 44% dos adolescentes não usaram preservativo na primeira relação sexual e 35% raramente ou não usam. Ainda 38,57% dos meninos disseram não saber nem como colocar o preservativo.

A SBU alerta sobre a importância da vacinação do HPV, que nos indivíduos masculinos têm contemplado com a segunda dose apenas 35,6% da população-alvo. Já o índice nacional das meninas é de 65,8%.

#VemProUro

Diante desse cenário, a SBU realiza a quarta edição da campanha #VemProUro, de conscientização da saúde do adolescente do sexo masculino. A iniciativa atual visa conscientizar sobre as ISTs e a importância da vacinação contra o HPV, as consequências relacionadas ao sexo desprotegido e dúvidas sobre sexualidade.

“Apesar de todas as campanhas que falam sobre a importância do uso do preservativo, enfatizando a segurança quanto a uma gravidez indesejada, a aquisição de ISTs, parece que existe uma falha de como essa mensagem é passada, uma vez que os adolescentes não se sentem confortáveis para conversar sobre sexo com a família, professores, nem com ninguém”, afirma o coordenador da campanha #VemProUro, o urologista Daniel Zylbersztejn.

médico olhando no tablet sobre saúde adolescente

O panorama das ISTs no Brasil

Os casos registrados de HIV/Aids tiveram um aumento de 64,9% na faixa etária de 15 a 19 anos de 2009 a 2019, segundo dados do Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde de 2020.

Igualmente preocupante, o número de casos registrados da sífilis adquirida através do contato sexual disparou entre todas as faixas etárias e passou de 3.925 por 100 mil habitantes em 2010 para 152.915 por 100 mil habitantes em 2019. A faixa etária de 13 a 19 anos é a segunda menos afetada, ficando à frente somente da faixa de 50 anos em diante.

Já o HPV tem uma prevalência mundial estimada em 11,7% e a faixa etária de maior prevalência até os 25 anos. Por ser uma enfermidade na maioria das vezes assintomática e com remissão espontânea em até dois anos, muitos jovens nem descobrem ter o problema e a passam adiante. Por isso mesmo a importância dos médicos, quando forem procurados, de destacarem o papel fundamental da vacina e do uso de camisinha nas relações sexuais.

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Segundo especialistas, a explicação para a discrepância entre os números está em fatores culturais. “Temos o costume de ver as mães levando suas filhas ao ginecologista assim que elas menstruam, mas os pais não levam seus meninos ao urologista. E essa visita ao médico, independentemente da especialidade, é importante para esclarecer o adolescente que está cheio de dúvidas e não sabe a quem perguntar. Assim acaba procurando o amigo ou até mesmo a internet para se informar, o que não é o ideal”, avaliou Daniel Zylbersztejn.

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED.

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