Afinal, café aumenta ou não o risco de arritmias?

Em uma pesquisa realizada nos EUA, mais de 80% dos médicos recomendam que pacientes com palpitações e/ou arritmias reduzam ou suspendam o uso do café.

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Em uma pesquisa realizada nos EUA, mais de 80% dos médicos recomendam que pacientes com palpitações e/ou arritmias reduzam ou suspendam o uso do café. Mas, afinal, há evidências científicas claras? Foi esta pergunta que uma pesquisa recente publicada no JACC tentou responder. Os autores realizaram uma revisão sistemática da literatura em diversas bases de dados e os resultados foram animadores para os amantes do café.

A base fisiopatológica para o risco de arritmias é o efeito sobre o potencial de ação, aumentando o automatismo das células miocárdicas especializadas, com aumento da frequência cardíaca. Por outro lado, pesquisadores argumentam que em usuários crônicos de café há tolerância a este efeito, e predominaria uma ação antiarrítmica: ação nos receptores de adenosina e efeito antioxidante.

Quantidade de cafeína nas bebidas

cafe arritmias

Arritmias atriais

De 11 estudos em humanos, apenas 1, antigo, mostrou riscos com café. Em 3 houve benefício e na maioria o uso foi neutro em relação às arritmias atriais. Com isso os autores entenderam que o café é seguro e não seria causa das arritmias atriais. Eles fazem apenas uma exceção: se houver provas claras que o café precipitou arritmias, em especial FA, pode ser algum fator individual e esta pessoa deve de fato suspender a bebida.

Arritmias ventriculares

Em 8 estudos com 232 mil pacientes, não houve associação entre consumo de café e risco de arritmias. Apenas um estudo com megadose (> 10 copos café/dia) mostrou risco aumentado. Desse modo, os autores entenderam que o café é seguro e não seria causa das arritmias ventriculares.

Outras bebidas

  • Chás: com nível de cafeína similar e presença de substâncias antioxidantes, é considerado seguro e equivalente ao café.

Energéticos: aqui a história é outra! Além de uma dose muito maior de cafeína, há diversas substâncias próarritmogênicas, como guaraná, taurina, ioimbina e efedrina. Há associação com aumento do intervalo QT e risco de arritmias tanto atriais como ventriculares, principalmente se associado ao álcool!!!

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