Desde os primeiros casos graves de Covid-19, é conhecido o aumento do risco trombótico na doença, seja nas manifestações pulmonares, seja nas formas clássicas de tromboembolismo venoso (TEV). Diversos trabalhos estudaram os benefícios da anticoagulação terapêutica e/ou profilática nos pacientes com Covid-19, em especial durante e após internação dos casos graves. Contudo, há poucos estudos relatando o efeito dos antiagregantes plaquetários sobre o risco de TEV.
Antiplaquetários na Covid-19
O Activ-4a, apresentado no congresso da American Heart Association (AHA 2021), foi um estudo com objetivo de analisar o desfecho de pacientes em uso de antiagregantes plaquetários que foram hospitalizados por Covid-19. Foram incluídos 7.824 participantes, com idade média 64 anos e 58% de homens; 8% estavam em uso de monoterapia antiplaquetária (MAPT) e 1% com dupla antiagregação plaquetária (DAPT).
O grupo com antiplaquetários era mais velho, maior proporção de homens e maior prevalência de diabetes, sendo necessário ajustes na regressão múltipla para reduzir o viés no risco de desfechos.
O resultado final com os ajustes estatísticos mostrou menor mortalidade no grupo de pacientes com antiagregantes plaquetários, com um RR 0,79 (IC 95% 0,70-0,94), incluindo subgrupos, com pacientes em CTI, idosos, cardiopatas e oncológicos. Duas limitações do estudo foram o caráter observacional (e não randomizado) e a exclusão de pacientes anticoagulados.
Mensagem prática
O foco principal é tratar a Covid grave, suas complicações, e, se internar, e enoxaparina profilática. São necessários estudos comparando antiagregação com anticoagulação e o real benefício clínico. Mas se o paciente estiver em uso de MAPT ou DAPT, e não houver sangramento ativo, faça a reconciliação medicamentosa, pois algum benefício parece existir.
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Referência bibliográfica:
- AHA Scientific Sessions 2021.