AHA 2021: tratamento da FA com apenas isolamento das veias pulmonares ou associada à técnica LARIAT?

Um estudo, apresentado no AHA 2021, avaliou a eficácia e segurança da técnica LARIAT e se esse procedimento, associado ao IVP, traria mais benefícios.

A ablação envolvendo o isolamento das veias pulmonares (IVP) é um dos procedimentos mais frequentemente usados para tratamento da fibrilação atrial (FA) persistente e várias técnicas, principalmente as que envolvem o fechamento do apêndice atrial esquerdo, já foram testadas na tentativa de melhorar os resultados e reduzir a recorrência da FA.

Uma das técnicas descritas envolve a exclusão do apêndice atrial esquerdo utilizando acessos percutâneo e epicárdico, conhecida como técnica de LARIAT. Foi feito um estudo, apresentado no congresso da American Heart Association (AHA 2021), que avaliou a eficácia e segurança deste procedimento e se esse procedimento associado ao IVP seria melhor que IVP isolado.

técnica lariat para fibrilação atrial

Close up of electrocardiograph with stethoscope

Técnica de LARIAT para FA

Foi estudo prospectivo, multicêntrico, randomizado e controlado, com pacientes com diagnóstico de FA permanente em 53 centros. A duração da FA era de 7 dias a 3 anos, sem reversão de ritmo com medicação e sem tentativa de ablação prévia. Todos os pacientes foram submetidos a ablação do istmo cavotricuspídeo e a randomização foi 2:1, sendo um grupo submetido a IVP associado à LARIAT e o segundo grupo apenas à IVP.

O desfecho primário combinado era o desfecho de segurança do procedimento em 30 dias e o desfecho de efetividade, definido como ausência de recorrência de arritmias atriais (FA, Flutter atrial ou taquicardias atriais com duração maior que 30 segundos) em 12 meses. Em ambos os grupos o IVP foi realizado com protocolos rigorosos.

Resultados

Foram randomizados 610 pacientes com idade média de 67 anos e maioria do sexo masculino (73%). O IMC médio era 31kg/m2, 83% tinham hipertensão, 20% diabetes e 33% insuficiência cardíaca em classe funcional II ou III. Do total, 79% tinham FA há menos de 6 meses, 9% entre 6 e 12 meses e 11% entre 12 e 36 meses. O volume médio do átrio esquerdo (AE) era 138ml e seu diâmetro médio era 45mm.

A taxa de eventos do desfecho primário de segurança foi de 3,4%, estatisticamente menor que a taxa pré especificada da performance de segurança de 10%. “Leaks” residuais foram de 0mm em 84%, ≤ 1mm em 85%, ≤ 3mm em 93% e ≤ 5mm em 99%. O procedimento é considerado de sucesso quando a comunicação residual é menor ou igual a 1mm.

A ausência de recorrência de arritmias atriais ocorreu em 64,3% do grupo LARIAT associado a IVP, sem diferença estatística em relação ao grupo IVP isolado, com ocorrência em 59,9%. Na análise de subgrupos houve maior redução de arritmias atriais nos pacientes com FA há menos de 6 meses e nos com volumes atriais esquerdos maiores.

Conclusão

A realização do fechamento atrial esquerdo pela técnica de LARIAT associado a IPV foi procedimento seguro, porém não teve benefício em relação a recorrência de arritmias atriais. Apesar disso, pode ser que alguns subgrupos se beneficiem do procedimento, como pacientes com FA de início mais recente e com átrios maiores. Sendo assim, mais estudos são necessários para confirmar esses achados.

Mais do AHA 2021:

Referência bibliográfica:

  • Outcomes of Adjunctive Left Atrial Appendage Ligation Utilizing the LARIAT Compared to Pulmonary Vein Antral Isolation Alone: The AMAZE Trial. AHA Scientific Sessions 2021.

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