Aleitamento materno associado a menor risco de endometriose

Novo estudo mostrou que mulheres que amamentaram por longos períodos de tempo tiveram um risco significativamente menor de serem diagnosticadas com endometriose.

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A endometriose é uma doença crônica, inflamatória, estrogênio-dependente que ocorre durante o período reprodutivo da vida da mulher, caracterizando-se pela presença de tecido endometrial, glândula e/ou estroma, fora da cavidade uterina.

As principais manifestações clínicas da endometriose são a dor pélvica, a dificuldade em engravidar e a presença de massa pélvica em mulheres na fase reprodutiva, de forma isolada ou em associações. Sua cura depende da boa administração da doença e nem sempre representa a eliminação eterna dos focos porque, em alguns casos, estes podem voltar.

Um novo estudo realizado por investigadores do Brigham and Women’s Hospital mostrou que mulheres que amamentaram por longos períodos de tempo tiveram um risco significativamente menor de serem diagnosticadas com endometriose, oferecendo novas informações sobre uma condição que, até agora, apresentou poucos fatores de risco conhecidos e modificáveis.

As participantes do estudo foram mulheres que relataram ter mais de uma gestação com duração de pelo menos seis meses (n=72.394), das quais 3.296 tinham endometriose confirmada por laparoscopia. Para cada gravidez, as mulheres relataram a duração da amamentação total, amamentação exclusiva e amenorreia pós-parto.

A duração da amamentação total e exclusiva foi significativamente associada à diminuição do risco de endometriose. Entre as mulheres que relataram um período total de amamentação ao longo da vida de menos de um mês, houve 453 casos de endometriose/100.000 anos-pessoa em comparação com 184 casos/100.000 anos-pessoa em mulheres que relataram um total ≥ 36 meses de amamentação ao longo da vida.

E mais: ‘Amamentação – estudo indica benefício na prevenção da Esclerose Múltipla’

Por cada três meses adicionais de amamentação total por gravidez, as mulheres apresentaram um risco 8% menor de endometriose (hazard ratio [HR]: 0,92; intervalo de confiança [IC] de 95%: 0,90 a 0,94; p<0,001 para a tendência) e um risco 14% menor para cada três meses adicionais de amamentação exclusiva por gravidez (HR: 0,86; IC 95%: 0,81 a 0,90; p<0,001 para tendência).

As mulheres que amamentaram ≥ 36 meses no total ao longo de sua vida reprodutiva tiveram um risco reduzido de 40% de endometriose em comparação com as mulheres que nunca amamentaram (HR: 0,60; IC 95%: 0,50 a 0,72).

A associação da amamentação total e exclusiva com a endometriose foi parcialmente influenciada pela amenorreia pós-parto (% mediada foi 34%, IC 95%: 15% a 59% para amamentação total e 57%, IC 95%: 27% a 82% para amamentação exclusiva).

O estudo mostrou, portanto, que a amamentação foi inversamente associada ao risco de endometriose incidente. Esta associação foi parcialmente, mas não totalmente, influenciada pela amenorreia pós-parto, sugerindo que a amamentação poderia influenciar o risco de endometriose tanto por amenorreia quanto por outros mecanismos.

Dada a natureza crônica e incurável da endometriose, o aleitamento materno deve ser investigado como um comportamento modificável importante para suavizar o risco de endometriose em mulheres grávidas. As descobertas fornecem mais apoio à importância de aconselhar as mulheres sobre os benefícios para a saúde da amamentação tanto para a mãe quanto para a criança.

Veja também: ‘Os 10 pilares do aleitamento materno’

Referências:

  • Farland Leslie V, Eliassen A Heather, Tamimi Rulla M, Spiegelman Donna, Michels Karin B, Missmer Stacey A et al. History of breast feeding and risk of incident endometriosis: prospective cohort study BMJ 2017; 358 :j3778

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