Tempo de leitura: 3 min.
Segundo uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde, a ansiedade é o transtorno mais presente durante a pandemia de Covid-19. Além da ansiedade, encontrada em 86,5% dos respondentes, foi constatada uma presença moderada de transtorno do estresse pós-traumático (45,5%). A proporção de depressão grave foi um pouco mais baixa, 16%.
O Ministério divulgou os resultados preliminares ontem, dia 29. A pesquisa foi feita por meio de um questionário online, que ficou disponível de 23 de abril a 15 de maio deste ano. O objetivo era analisar o impacto da pandemia e isolamento social na saúde mental do brasileiro.
A primeira amostra do estudo envolveu 17.491 pessoas com idade média de 38,2 anos (variação de 18 e 92 anos), das quais 98,1% não tinham sido diagnosticadas com Covid-19. Entre eles, 20,2% eram profissionais de saúde.
Do total, a maioria era do sexo feminino (71,9%), de raça/cor autorreferida branca (61,3%), casados (44,3%), residentes em bairros populares (46,8%) e com renda mensal variando entre R$1.049,00 e R$2.096,00 (24,3%).
Segundo os dados divulgados, 25% deles concluíram ensino superior e trabalharam para uma pessoa ou empresa privada (25,5%), e 18% eram desempregados. Entre os que trabalhavam, 31% continuavam trabalhando presencialmente e 93% adotaram o distanciamento social.
Na avaliação de transtornos mentais, 12.676 indivíduos preencheram a escala de avaliação de ansiedade já instalada e 11.444 responderam sobre sintomas de ansiedade. As escalas com sintomas de depressão e transtorno do estresse pós-traumático foram preenchidos por 11.150 e 9.015 pessoas.
O questionário tinha uma primeira parte, sobre questões sociodemográficas, e uma segunda sobre saúde mental, utilizando escalas de rastreio. Pessoas que deixaram o contato na pesquisa também estão sendo monitoradas sobre a evolução de seus transtornos mentais.
Essa foi a primeira fase do estudo, que ainda está avaliando o uso de álcool e drogas em sua segunda etapa, com questionário divulgado no mês de agosto, e terá também uma terceira fase. Os dados gerais serão divulgados em dezembro.
Desde o início da pandemia, foi observado que a ansiedade está só presente na população em geral e, principalmente, nos profissionais de saúde atuantes na linha de frente. Um artigo publicado em abril no JAMA, que falamos aqui no Portal, procurou avaliar os principais motivos de apreensão dos profissionais nas primeiras semanas de pandemia.
Os resultados apontaram oito possíveis fontes de ansiedade:
Ouça também: Como evitar ter burnout atuando na linha de frente da pandemia de Covid-19? [podcast]
No Brasil, a PEBMED realizou uma pesquisa com profissionais da área de saúde e concluiu que a prevalência do burnout é de 83% nos médicos que estão na linha de frente, e 71% naqueles que não estão atuando no combate ao novo coronavírus.
Ao todo, a prevalência da síndrome foi de 78% entre os respondentes, sendo 79% entre médicos, 74% entre enfermeiros e 64% entre técnicos de enfermagem. Para avaliar o esgotamento profissional, foi utilizada a escala Oldenburg Burnout Inventory (OLBI), que define o burnout como a interseção entre exaustão e desengajamento.
O estudo transversal foi realizado com autoavaliação dos profissionais por meio de um questionário online. Dos 3.613 participantes, 2.932 eram médicos, 457 enfermeiros e 224 técnicos de enfermagem.
*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED
Referências bibliográficas:
As principais fontes dietéticas de ômega-3, particularmente ácido docosaexaenoico e ácido eicosapentaenoico, são os frutos…
Dois ensaios clínicos publicados recentemente analisaram o uso de substâncias que podem diminuir o tempo…
A hipotermia perioperatória, definida como temperatura
Foi aprovado por unanimidade o referendo que prorroga, em caráter temporário e excepcional, a importação…
Entre os dias 8 de agosto e 9 de setembro de 2022, o Ministério da…
A nutrição materna é um fator-chave na modulação da microbiota intestinal infantil, podendo, inclusive, diminuir…