Anticoagulantes são seguros no tratamento da trombose em cirróticos?

A trombose da veia porta é uma obstrução da veia porta hepática causada por coágulo, colangite, pancreatite e câncer de fígado, estômago ou pâncreas. Anticoagulantes são eficazes?

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A trombose da veia porta é uma obstrução da veia porta hepática causada por coágulo sanguíneo, colangite, pancreatite, abcesso e câncer de fígado, estômago ou pâncreas. Em crianças, esta trombose pode se originar a partir de uma infecção umbilical. A doença é também uma das complicações mais frequentes da cirrose.

trombose da veia porta

Trombose da veia porta em pacientes cirróticos

Em pacientes com trombose da veia porta mas que não são portadores de cirrose, estudos indicam que o tratamento eficaz é a anticoagulação; no entanto, não há evidências da segurança e benefícios deste tipo de terapia em indivíduos cirróticos. Para esclarecer a questão, pesquisadores italianos realizaram um levantamento no qual investigaram os efeitos da anticoaguloterapia em indivíduos com cirrose. A  pesquisa foi realizada entre 2008 e 2016 e os resultados foram divulgados em janeiro de 2019 no periódico The American Journal of Gastroenterology.

O estudo retrospectivo e de coorte selecionou 182 pacientes (idade média 57,8 anos) diagnosticados com trombose da veia porta e cirrose hepática.  Os indivíduos foram randomizados em dois grupos, o primeiro recebeu tratamento com anticoagulantes (n=81) e o segundo, de acordo com o critério do médico, não recebeu profilaxia (n=101).

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Os fármacos utilizados na anticoaguloterapia foram heparina, fondaparinux sódico e anticoagulantes orais (antagonistas da vitamina K). O tempo de follow-up foi de três meses. Os desfechos primários observados foram recorrência da trombose, e segurança do anticoagulante em termos de incidência e padrão dos eventos de sangramento e na recanalização das veias nos pacientes.

Resultados

A extensão da trombose da veia porta caiu mais de 50% em 46 pacientes tratados com anticoagulantes, no grupo sem tratamento esta melhora ocorreu em apenas 26 participantes. 36% dos pacientes que interromperam o tratamento sofreram recorrência da trombólise.

Em uma análise multivariada, a  taxa de sobrevida foi maior  no grupo que recebeu fármacos anticoagulantes em relação aos participantes que não foram medicados (HR: 0,30; IC 95% [0,10–0,91], p = 0,014). O sangramento ocorreu em 22 pacientes do primeiro grupo e 16 do segundo. Nenhuma mortalidade foi observada em consequência destes sangramentos.

Take home messages

O estudo indica que a anticoaguloterapia é segura e eficaz no tratamento da trombose da veia porta em pacientes cirróticos; no entanto, mais estudos devem ser realizados para determinar se a anticoagulação em cirróticos deve ser implementada na prática médica.

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