Anvisa aprova novo medicamento para tratamento de retocolite

Pacientes com retocolite ulcerativa acabam de ganhar uma nova opção de tratamento. Foi aprovado pela Anvida mais uma indicação do ustequinumabe.

Pacientes com retocolite ulcerativa acabam de ganhar uma nova opção de tratamento para a doença inflamatória intestinal. Foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) mais uma indicação do ustequinumabe, medicamento biológico para as fases moderada à grave da enfermidade.

O tratamento já tem aprovação no país para outras doenças autoimunes como a psoríase, a artrite psoriásica e a doença de Crohn. O ustequinumabe também foi incluído no Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento de psoríase em placas moderada à grave.

médico segurando estetoscópio, mãos em foco

Retocolite ulcerativa

A retocolite ulcerativa afeta a mucosa do intestino grosso, comprometendo a muito a qualidade de vida dos pacientes, causando sintomas como diarreia acompanhada de muco e sangue, perda de peso e anemia. Nos casos mais graves, a doença é limitante, exigindo rapidez no tratamento para a prevenção de danos irreversíveis ao intestino do paciente.

A enfermidade afeta mais jovens adultos na fase mais ativa da vida, com prevalência de 28 casos a cada 100 mil habitantes. Em média, são confirmados sete novos casos a cada 100 mil habitantes anualmente.

“Uma parcela dos pacientes com retocolite ulcerativa grave precisa de cirurgia para retirar parte do intestino, uma vez que as lesões causadas pela enfermidade prejudicam o órgão de maneira irreversível”, explica Fábio Lawson, diretor médico da Janssen Brasil.

Metodologia aplicada

A nova indicação foi baseada no UNIFI, estudo randomizado de fase 3, que avaliou a resposta inicial de indução e a manutenção da terapia ao longo de um ano.

As análises comprovaram que o ustequinumabe é uma opção eficaz na cicatrização da mucosa do intestino de pacientes com retocolite ulcerativa moderada à grave que não demonstraram respostas adequadas ao tratamento convencional e também à terapia biológica anteriormente disponível.

Os dados finais do estudo mostraram que até 43,8% dos pacientes que utilizaram o medicamento mantiveram a remissão da doença até a semana 44 do estudo, em comparação com 24% que usaram placebo. Cerca de 97% dos pacientes em remissão clínica ao final de um ano de tratamento não precisaram mais usar corticoide.

“Esses medicamentos biológicos mais modernos agem diretamente na cascata inflamatória e fornecem resposta mais ágil e certeira à inflamação, aliviando mais rapidamente os sintomas e o quadro clínico do paciente. Essa aprovação traz uma opção segura de monoterapia com posologia cômoda para aqueles pacientes que já tratam a doença com medicamentos convencionais e também para os que apresentaram falha aos tratamentos biológicos atualmente disponíveis”, explica Rogério Parra, médico coloproctologista do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto.

Vantagens do ustequinumabe

O ustequinumabe é o primeiro biológico aprovado para a doença a atuar seletivamente nas Interleucinas 12 e 23 (IL 12 / IL 23), bloqueando a resposta inflamatória, o que ajuda na cicatrização da mucosa do intestino, impedindo o avanço da enfermidade e, consequentemente, a necessidade de cirurgia.

As reações adversas mais comuns identificadas com o uso do medicamento foram nasofaringite e cefaleia.

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Os principais riscos dos medicamentos biológicos são o surgimento de infecções ou reativação de infecções latentes.
Além dos tratamentos medicamentosos que controlam a doença e melhoram a qualidade de vida, é recomendado que o acompanhamento psicológico dos pacientes pela intensidade dos sintomas que impacta também a autoestima.

“Por conviverem com sintomas limitantes, os pacientes podem ficar mais suscetíveis a ter depressão e ansiedade, o que pode afetar ainda mais o quadro clínico, em um ciclo bem desafiador. Por isso, os pacientes que aderem ao tratamento correto de forma adequada têm mais chances de controlar a doença e, consequentemente, voltar a fazer atividades comuns do dia a dia, como ir ao cinema ou viajar”, ressalta Rogério Parra.

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

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