Anvisa recomenda suspender aplicação de vacina da AstraZeneca em grávidas

A Anvisa emitiu uma nota recomendando a suspensão da aplicação da vacina da AstraZeneca, envasada pela Fiocruz, em mulheres grávidas.

Na noite de ontem, 10, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu uma nota recomendando a suspensão da aplicação da vacina ChAdOx1 nCov-19 (Vaxzevria e Covishield) da AstraZeneca, envasada pela Fiocruz, em mulheres grávidas. As gestantes haviam sido incluídas no grupo prioritário no último mês pelo Ministério da Saúde.

O motivo da suspensão foi a morte de uma gestante que havia se vacinado. O caso está sendo analisado pela Anvisa e pelo Ministério.

A agência ressaltou que a bula atual da vacina da AstraZeneca não recomenda a aplicação em gestantes, e que o uso off label sempre deve ser feito com uma avaliação individual. Os municípios podem continuar a imunização contra a Covid-19 em mulheres grávidas com comorbidades utilizando doses dos imunizantes Coronavac ou da Pfizer.

Por outro lado, alguns lugares, como Rio de Janeiro e São Paulo, suspenderam, por enquanto, a imunização completa deste grupo, já que não há doses suficientes dos outros imunizantes para atender a demanda.

médico aplicando vacina da astrazeneca em paciente

Vacina da AstraZeneca

A vacina da AstraZeneca vem chamando a atenção devido a um possível efeito colateral que virou notícia em todo o mundo: trombose e trombocitopenia. A associação temporal desses casos à vacinação com ChAdOx1 nCov-19 levou à investigação por parte da Organização Mundial de Saúde, que caracterizou como componentes de um novo tipo de evento adverso: a síndrome de trombose com trombocitopenia (STT).

O efeito, porém, é considerado extremamente raro. Dados divulgados pela European Medicines Agency (EMA) relatam cerca de seis casos a cada 1 milhão de vacinados (0,0006%). Sendo assim, o benefício supera os riscos e as principais agências do mundo recomendaram a continuidade da vacinação.

Vacinação de Covid-19 em gestantes

As vacinas, quando aprovadas para uso contra a Covid-19, não haviam sido testadas em gestantes ainda. Conforme a imunização teve início em todo o mundo, as empresas iniciaram testes nesse grupo e em adolescentes e crianças. Os primeiros resultados que apresentaram sucesso foram de vacinas de mRNA.

Porém, diante de muitos casos de grávidas infectadas evoluindo com gravidade, algumas sociedades brasileiras recomendaram a inclusão delas no grupo prioritário, iniciando pelas mulheres com comorbidades. Em março, a American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG) também emitiu a mesma recomendação.

Com a possibilidade de efeito grave com a vacina da AstraZeneca, porém, a Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Rio de Janeiro (SGORJ) emitiu uma nota unindo-se à recomendação de suspensão da AstraZeneca “até que os fatos sejam devidamente apurados e haja conclusão definitiva do Ministério da Saúde e outras autoridades sanitárias”.

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

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