Aplicações clínicas do ecocardiograma com Speckle Tracking bidimensional

Novas tecnologias vêm sendo desenvolvidas com o objetivo de aumentar a sensibilidade diagnóstica do ecocardiograma convencional para a disfunção miocárdica. Acompanhe as novidades.

Tempo de leitura: [rt_reading_time] minutos.

Novas tecnologias vêm sendo desenvolvidas na área da ecocardiografia objetivando aumentar a sensibilidade do exame. Assim, a nova tecnologia do Speckle Tracking vêm cumprindo este papel ainda em ambiente de pesquisa científica. Neste artigo, procuramos mostrar as bases conceituais do método e, principalmente, suas aplicações clínicas. Estas começam a surgir resultantes dos inúmeros estudos que estão sendo desenvolvidos com entusiasmo pelos pesquisadores científicos.

Novas tecnologias ecocardiográficas vêm sendo desenvolvidas com o objetivo de aumentar a sensibilidade diagnóstica do ecocardiograma convencional para a disfunção miocárdica, principalmente a disfunção sistólica do ventrículo esquerdo (VE). A tecnologia do Speckle Tracking usada para a análise de deformação miocárdica (strain) e da taxa de deformação miocárdica (strain rate) é objeto de vários estudos científicos que descrevem a mecânica miocárdica. Esta técnica consiste na captura e rastreamento de pontos ao ecocardiograma bidimensional ao longo do ciclo cardíaco, gerando vetores de movimento e curvas de deformação. O speckle tracking foi amplamente validado na literatura e a maioria dos estudos comparou os achados ao ecocardiograma com aqueles da sonomicrometria e das diferentes modalidades de ressonância magnética1. As melhores correlações foram com strain longitudinal e menos com strain circunferencial e radial.

Leia mais: Quiz: o que não é esperado no ecocardiograma?

Para melhor compreensão da análise de deformação miocárdica a partir das curvas geradas pelo ecocardiograma bidimensional com speckle tracking (2DSTE), vamos descrever sucintamente a conformação da banda miocárdica. A banda miocárdica forma duas curvaturas – uma basal e outra apical. A curvatura apical é orientada tranversalmente e a apical oblíqua. As fibras oblíquas que se curvam no ápice têm um segmento descendente ( a partir dos anéis aórtico e pulmonar) com fibras que se curvam no sentido horário e um segmento ascendente que se curva no sentido anti-horário. As fibras transversais que formam a curvatura basal envolvem os segmentos ascendente e descendente englobando os dois terços superiores, mas poupando o terço inferior ou apical2,3.

Os equipamentos de ecocardiografia que incorporam a técnica do speckle tracking utilizam, basicamente, duas metodologias4: “Block matching” ou análise de um conjunto de marcas acústicas (conjunto de pixels contendo padrões de rastreamento denominados “kernels”). O rastreamento dos kernels é realizado por similaridade. Os vetores que indicam a velocidade e direção da movimentação dos kernels resultam da média dos vetores que formam cada conjunto. Devido a processar sinais de radio-frequência, este método deve trabalhar com repetição dos quadros elevada. “Optical flow”, no qual se assume que o padrão cinza de cada marca acústica não muda ao longo do tempo.

A mudança do padrão cinza de um pixel é atribuída à movimentação da marca acústica para outra posição. Os vetores que indicam direção e velocidade são obtidos em cada pixel. Este método é apropriado para o seguimento quadro a quadro das marcas acústicas e trabalha com frequência de repetição dos quadros mais baixa.

De acordo com os planos ortogonais, temos três modalidades de strain obtidos com o 2DSTE: Strain Radial se refere ao espessamento da parede miocárdica durante o movimento para o interior do ventrículo. Como a espessura miocárdica aumenta durante o movimento para o interior do ventrículo na sístole, o valor é tradicionalmente positivo. Strain longitudinal se refere à deformação ao longo do comprimento do miocárdio durante a sístole enquanto a base se move predominantemente em direção ao ápice.

Devido à diminuição do comprimento durante a sístole, seu valor é negativo. Strain circunferential mede a mudança de comprimento ao longo do perímetro circular ou circunferencial. Como o perímetro do VE diminui durante a sístole em estado normal, seu valor é negativo.Todos os parâmetros de strain podem ser individualizados para cada segmento miocárdico ou podem ser expressados como strain global quando se obtém a média de todos os valores dos segmentos.

Movimentos de rotação do miocárdio também são estudados. A rotação no sentido horário acontece na base e a rotação no sentido anti-horário ocorre na região apical. A diferença algébrica entre a rotação basal e apical é denominada twist e expressa em graus. A torção apical é a razão do twist e o comprimento da base até o ápice e é expressa em graus/cm.

Foi reallizada uma metanáliseque, ao avaliar 2597 sujeitos que participavam de grupos controle em avaliações de 2DSTE ou eram sabidamente hígidos, determinou valores normais para o strain global longitudinal, circunferencial e radial. Os valores normais para strain global longitudinal variaram entre -15,9 e -22,1%; para strain global circunferencial, variaram entre -20,9 e -27,8%; e para o strain global radial entre 35,1 e 59%. Após análise das causas de variabilidade entre os estudos, verificou-se que a causa fundamental era a variação da pressão arterial sistólica. Portanto, nos futuros estudos envolvendo 2DSTE deveremos observar obrigatoriamente os valores da pressão arterial no momento dos exames.

Aplicações clínicas do 2DSTE

Em primeiro lugar, consideraremos alguns princípios gerais que servirão para o entendimento de diferentes desfechos. As fibras longitudinais subendocárdicas são consideradas as mais frágeis em várias modalidades de doença. Então, o strain longitudinal é mais precocemente alterado em relação aos strains circunferencial e radial. Reduções dos strains radial e circunferencial são mais sensíveis do que as alterações segmentares avaliadas no ecocardiograma convencional na avaliação de cardiopatia isquêmica, pois não dependem do observador e estão menos sujeitas à variabilidade interobservador.

As doenças do pericárdio causam alteração do strain circunferencial em primeiro lugar. A rotação exagerada na sístole é um mecanismo compensatório no caso de doença em estágio inicial e causa disfunção diastólica. Untwisting durante o relaxamento isovolumétrico é prejudicado na disfunção diastólica.

Todos os parâmetros se alteram com o progredir das doenças. Um fenômeno interessante é a deformação pós-sistólica que é uma contração continuada do miocárdio mesmo depois do fechamento da valva aórtica. É mais detectada pelo strain radial, mas pode ocorrer também com o strain longitudinal. Isto foi notado na miocardiopatia isquêmica, miocárdio atordoado, miocárdio não-viável e também nas miocardiopatias hipertrófica e Takotsubo e na estenose aórtica onde pode ser devida à isquemia miocárdica de base 6-9. Esta deformação pós-sistólica é diretamente proporcional à gravidade da isquemia e persiste em condições experimentais por cerca de 2 horas após o estímulo isquêmico ter cessado10.

ecocardiograma

Abordaremos algumas especificidades de cada processo patológico

Na miocardiopatia isquêmica, a redução do strain no 2DSTE é mais objetiva e acurada do que o método tradicional visual11. Na doença arterial coronariana (DAC), os strains longitudinal, radial e circunferencial estão reduzidos nas áreas isquêmicas12,13. A deformação pós-sistólica detectada pelo strain radial se correlaciona com a gravidade da doença10. O strain é afetado pelo tamanho e extensão transmural da área do miocárdio sob risco. O índice está sujeito a mudanças durante o primeiro mês após o evento isquêmico agudo, à medida que diminui o edema e a cicatriz necrótica é substituída por tecido colagenoso14.

No estudo do infarto do miocárdio (IM) o 2DSTE foi bem sucedido em diferenciar infarto transmural do subendocárdico mostrando o strain circunferencial mais baixo no primeiro15. Foi notada redução do twist subendocárdico do VE em pacientes com IM com supradesnívelamento do segmento ST16. A diminuição da torção apical do VE é preditora de dilatação do VE pós-IM10,12,13,17-19. O 2D- STE demonstrou ser útil para identificar pacientes na fase aguda do infarto sem supra de ST que podem se beneficiar da revascularização urgente20.

Recentemente foi demonstrado que, em infartos antigos, o strain global é melhor preditor de eventos cardiovasculares adversos do que a FEVE e o índice de movimentação da parede do VE (IMVE)20,21.
Estudos de viabilidade miocárdica mostraram que as medidas de strain pelo 2DSTE são mais objetivas e acuradas que a análise segmentar visual durante a ecocardiografia de estresse com baixa dose de dobutamina. O 2DSTE diferencia a contração ativa da movimentação passiva por tethering20.

No caso da insuficiência cardíaca com fração de ejeção normal (ICFEN), o 2DSTE mostra untwisting reduzido e atrasado do VE em repouso e no esforço22. Na clínica, o strain longitudinal global mostrou ser um melhor preditor de eventos cardíacos em pacientes com ICC, em comparação com a FEVE e com dados do Doppler tecidual (23). Além disso, o strain global do VE é um poderoso preditor de eventos cardíacos, sendo superior à fração de ejeção em pacientes com insuficiência cardíaca aguda24.

O emprego do strain ou strain rate (SR) pelo 2D-STE pode identificar alterações da contratilidade segmentar do VE na forma indeterminada da doença de Chagas, em um momento em que estas alterações ainda não são detectadas pela ecocardiografia convencional25.

No estudo de terapia de ressincronização cardíaca (TRC), foi notado que combinar a velocidade do strain longitudinal obtido com Doppler tecidual (DT) com o strain radial do 2DSTE pode ajudar a predizer a resposta à TRC26. O índice de atraso do strain longitudinal ( calculado pela diferença entre o strain de pico e o strain sistólico final ) maior que 25% prediz resposta à TRC27. A diferença no tempo para se atingir o pico do strain radial entre o septo e a parede posterior do VE ≥ 130ms demonstrou ser preditor de melhora da FEVE28.

Foi evidenciado no estudo Speckle Tracking and Resynchronization Study  (STAR) que o strain radial foi melhor preditor de resposta da fração de ejeção do VE (FEVE) e sobrevida de longo prazo após TRC do que os strains longitudinal e circunferencial29. A falta de dissincronia pelo 2DSTE anterior à TRC foi associada à morte ou hospitalização por insuficiência cardíaca (IC)30.

Na miocardiopatia por estresse, foi notado strain longitudinal deprimido principalmente nos segmentos apicais e médios do VE 9,32. Na miocardiopatia restritiva foram notados deformação longitudinal e mecânica do twist prejudicados33,34. Na pericardite constrictiva ocorre prejuízo da deformação circunferencial do VE e da torção34.

No caso de detecção de rejeição e estenose coronariana em pacientes com transplante cardíaco, uma redução súbita maior que 15% no strain radial global é associada com rejeição aguda. Diminuição do strain e strain rate em repouso e no ecocardiograma de estresse com dobutamina são úteis para detectar estenose coronariana significativ11. Na detecção precoce de cardiotoxicidade induzida pela quimioterapia, a redução do strain radial pode ocorrer antes da redução da FEVE e é associada com alterações histológicas 35. Recentemente, Sawaya et al.36 demonstraram que uma diminuição no strain longitudinal, do estado basal aos três meses do tratamento quimioterápico, foi um preditor independente para o desenvolvimento de cardiotoxicidade após seis meses do início da terapia. A FEVE e os parâmetros de função diastólica não foram preditores de cardiotoxicidade no grupo estudado36.

A redução do strain pode ocorrer antes de alterações na FEVE na hipertensão arterial sistêmica (HAS), diabetes melito (DM), esclerose sistêmica, amiloidose, distrofia muscular de Duchenne e síndrome de Kawasaki 37-40.
No estudo das valvopatias podemos encontrar strains radial, circunferencial e longitudinal diminuídos em pacientes com estenose aórtica grave e FEVE normal. O seguimento de longo prazo destes pacientes após troca valvar mostrou melhora significativa dos strains e nenhuma mudança na FEVE 41. A redução pré-operatória do strain longitudinal pelo 2DSTE no septo interventricular (no corte apical de 4 câmaras ) prediz uma redução maior do que 10% da FEVE em pacientes com regurgitação mitral grave crônica42.

No estudo de cardiopatias congênitas, foi notada redução da rotação basal no sentido horário em pacientes com comunicação interatrial (CIA)43,44. Na Tetralogia de Fallot, o strain e strain rate longitudinais globais do ventrículo direito (VD) estão significativamente reduzidos45.

O 2DSTE também se mostrou útil na diferenciação da miocardiopatia hipertrófica (MCH) e do coração do atleta 11,46-51. O coração do atleta apresenta strain longitudinal e os outros tipos de strain normais; o volume diastólico final do VE é aumentado; há aumento do twist de VE; há aumento da strain rate precoce do átrio esquerdo e não há deformação pós-sistólica. Na MCH, há redução do strain longitudinal; há redução do diâmetro diastólico final do VE; há atraso do untwist do VE; há redução do strain e strain rate do átrio esquerdo e a deformação pós-sistólica está presente. A avaliação do strain pelo 2D-STE pode identificar alterações precoces em pacientes com miocardiopatia hipertrófica (MCH), os quais, aparentemente, apresentam uma função sistólica ventricular esquerda normal52.

O strain circunferencial e o strain longitudinal estão reduzidos em indivíduos com MCH não obstrutiva, comparados aos controles 53. Em pacientes com MCH assimétrica, o strain longitudinal do septo é significativamente menor em comparação aos demais segmentos do ventrículo esquerdo54. Nos casos com MCH e função sistólica do VE normal, o strain do AE é preditor de morte e/ou hospitalização por causas cardiovasculares em 12 meses (54).
Recentemente, vários parâmetros que reflletem a função miocárdica longitudinal ( strain, strain rate e tissue velocity imaging ) foram indicados como marcadores de disfunção miocárdica mesmo antes de manifestações clínicas de insuficiência cardíaca em pacientes com amiloidose por imunoglobulina de cadeias leves (AL)54.

Investigações seriadas revelaram que a strain rate sistólica e strain na base e ventrículo médio foram significantemente diminuídas em pacientes assintomáticos com espessamento parietal55. Além disso, a strain rate sistólica longitudinal foi diminuída em todos 16 segmentos do VE em pacientes com amiloidose cardíaca, os quais não apresentaram nenhuma anormalidade no ecocardiograma convencional.56

Queda da função sistólica longitudinal tem um papel fundamental na amiloidose cardíaca e pode estar presente mesmo em indivíduos com resultados normais no ecocardiograma padrão. Além disso, uma análise multivariada identificou preditores independentes do prognóstico de pacientes com amiloidose e o pico sistólico do strain longitudinal septal abaixo ou igual a – 7,5% foi associado a prognóstico adverso57. Usando speckle tracking bidimensional, foi demonstrado não acometimento apical pela amiloidose tanto ATTR (amiloidose por mutação da transtirretina ) quanto AL diferenciando do padrão da miocardiopatia hipertrófica e da estenose aórtica que não poupam o ápice. Apenas o strain regional apical foi diferente entre os dois tipos, sendo significantemente mais baixo em pacientes com ATTR. Entretanto, nenhuma diferença foi vista entre os dois tipos na strain longitudinal global ou na média do strain longitudinal basal e médio571.

Perspectivas futuras

Um número cada vez maior de resultados obtidos com a pesquisa científica torna o método mais próximo da prática diária com repercussões sobre a decisão clínica.

Novos aperfeiçoamentos dos softwares (3D) e associações a outras técnicas como a ecocardiografia de perfusão podem trazer além de novas aplicações clínicas, uma melhor compreensão da fisiologia e mecânica cardíaca.

Quer se manter atualizado e bem informado?

Este artigo faz parte da segunda edição da Revista Científica da PEBMED, que já está no ar. Confira agora mesmo estes e outros conteúdos especiais, como artigos médicos, casos clínicos e estudos científicos. CLIQUE AQUI E BAIXE GRÁTIS.

Referências:

  1. Sengupta P et al. Left ventricular structure and function(Basic science for cardiac imaging). J Coll Cardiol.2006; vol 48:p.1988-2001.
  2. Torrent-Guasp F et al: The structure and function of the helical heart and its buttress wrapping. I. The normal macroscopic structure of the heart. Semin Thorac Cardiovasc Surg. 2001; vol 13. p 301–319.
  3. Buckberg G et al: Ventricular torsion and untwisting: Further insights into mechanics and timing interdependence: A viewpoint. Echocardiography 2011;vol 28: p. 782–804.
  4. D’hooge J. Principles and different techniques for speckle tracking. In: Myocardial imaging: tissue Doppler and speckle tracking. Marwick TH, Yu CM, Sun JP Eds., Massachusetts, Blackwell Publishing. 2007, p. 17-25.
  5. Yingchoncharoen et al. Normal ranges of left ventricular strain: a meta-analysis. Journal of the American Society of Echocardiography 2013; vol. 26: p.185-91.
  6. Claus P et al: Mechanisms of post-systolic thickening in ischemic myocardium: Mathematical modelling and comparison with experimental ischemic substrates. Ultrasound Med Biol 2007;vol. 33:p.1963–1970.
  7. Voigt JU et al: Strain-rate imaging during dobutamine stress echocardiography provides objective evidence of inducible ischemia. Circulation 2003;vol.107:p. 2120–2126.
  8. Weidemann F et al: Defining the transmurality of a chronic myocardial infarction by ultrasonic strain-rate imaging: Implications for identifying intramural viability: An experimental study. Circulation 2003;vol. 107:p. 883–888.
  9. Heggemann F et al: Global and regional myocardial function quantification by two-dimensional strain in Takotsubo cardiomyopathy. Eur J Echocardiogr 2009;vol. 10:p. 760–764.
  10. Asanuma T et al: Assessment of myocardial ischemic memory using persistence of post-systolic thickening after recovery from ischemia. JACC Cardiovasc Imaging 2009;vol. 2:p. 1253–1261.
  11. Dandel M : Echocardiographic strain and strain rate imaging–clinical applications. Int J Cardiol 2009; vol.132:p.11–24.
  12. Shimoni S: Differential effects of coronary artery stenosis on myocardial function: the value of myocardial strain analysis for the detection of coronary artery disease. J Am Soc Echocardiogr 2011;vol 24:p. 748–757.
  13. Becker M et al: Analysis of myocardial deformation based on ultrasonic pixel tracking to determine transmurality in chronic myocardial infarction. Eur Heart J 2006;vol. 27:p. 2560–2566.
  14. Gupta KB. Changes in passive mechanical stiffness of myocardial tissue with aneurysm formation. Circulation. 1994;vol 89(5): p. 2315-26.
  15. Chan J et al: Differentiation of subendocardial and transmural infarction using two-dimensional strain rate imaging to assess short-axis and long-axis myocardial function. J Am Coll Cardiol 2006;vol. 48: p. 2026–2033.
  16. Bertini M et al: Left ventricular rotational mechanics in patients with coronary artery disease: Differences in subendocardial and subepicardial layers. Heart 2010; vol. 96: p. 1737–1743.
  17. Jang JY et al: Serial assessment of left ventricular remodeling by measurement of left ventricular torsion using speckle tracking echocardiography in patients with acute myocardial infarction. Am J Cardiol 2010;vol. 106: p. 917–923.
  18. Park YH et al: Prognostic value of longitudinal strain after primary reperfusion therapy in patients with anterior-wall acute myocardial infarction. J Am Soc Echocardiogr 2008; vol. 21:p. 262–267.
  19. Nucifora G et al: Reduced left ventricular torsion early after myocardial infarction is related to left ventricular remodeling. Circ Cardiovasc Imaging 2010; vol.3:p. 433–442.
  20. Eek C. Strain echocardiography predicts acute coronary occlusion in patients with non-st-segment elevation acute coronary syndrome. Eur J Echocardiogr. 2010;vol.11(6): p. 501-8.
  21. Antoni ML et al.Prognostic importance of strain and strain rate after acute myocardial infarction. Eur Heart J. 2010; vol.31(13):p. 1640-7.
  22. Nahum J et al. Impact of longitudinal myocardial deformation on the prognosis of chronic heart failure patients. Circ Cardiovasc Imaging. 2010;vol. 3(3):p. 249-56.
  23. Cho GY. Global 2-di- mensional strain as a new prognosticator in patients with heart failure. J Am Coll Cardiol. 2009; vol.54(7):p. 618-24.
  24. Del Castillo JM et al.Left ventricular two dimensional strain in indeterminate form of chagas’ disease. Rev bras ecocardiogr imagem cardiovasc. 2009;vol. 22(1):p. 31-5.
  25. Suffoletto MS . Novel speckle-tracking radial strain from routine black-and-white echocardiographic images to quantify dyssynchrony and predict response to cardiac resynchronization therapy. Circulation. 2006; vol. 113(7): p. 960-8.
  26. Ng AC et al: Incremental value of 2-dimensional speckle tracking strain imaging to wall motion analysis for detection of coronary artery disease in patients undergoing dobutamine stress echocardiography. Am Heart J 2009; vol. 158: p. 836–844.
  27. Tan YT et al: The pathophysiology of heart failure with normal ejection fraction: Exercise echocardiography reveals complex abnormalities of both systolic and diastolic ventricular function involving torsion, untwist, and longitudinal motion. J Am Coll Cardiol 2009; vol.54: p. 36–46.
  28. Gorcsan J III et al: Combined longitudinal and radial dyssynchrony predicts ventricular response after resynchronization therapy. J Am Coll Cardiol 2007; vol.15: p. 1476–1483.
  29. Lim P et al: Longitudinal strain delay index by speckle tracking imaging: A new marker of response to cardiac resynchronization therapy. Circulation 2008;vol.118:p. 1130–1137.
  30. Tanaka H et al: Dyssynchrony by speckle-tracking echocardiography and response to cardiac resynchronization therapy: Results of the Speckle Tracking and Resynchronization (STAR) study. Eur Heart J 2010;vol.31:p. 1690–1700.
  31. Delgado V et al: Relative merits of left ventricular dyssynchrony, left ventricular lead position, and myocardial scar to predict long-term survival of ischemic heart failure patients undergoing cardiac resynchronization therapy. Circulation 2011;v. 123:p. 70–78.
  32. Burri MV et al: Assessment of systolic and diastolic left ventricular and left atrial function using vector velocity imaging in Takotsubo cardiomyopathy. Echocardiography 2008; vol. 25:p.1138–1144
  33. Porciani MC et al: Rotational mechanics of the left ventricle in AL amyloidosis. Echocardiography 2010;vol. 27:p. 1061–1068.
  34. Sengupta PP et al: Disparate patterns of left ventricular mechanics differentiates constrictive pericarditis from restrictive cardiomyopathy. JACC Cardiovasc Imaging 2008;vol.1:p. 29–38.
  35. Migrino RQ et al: Early detection of doxorubicin cardiomyopathy using two-dimensional strain echocardiography. Ultrasound Med Biol 2008;vol.34:p. 208–214.
  36. Sawaya H et al. Early detection and prediction of cardiotoxicity in chemotherapy-tre- ated patients. Am J Cardiol. 2011;vol.107(9):p. 1375-80.
  37. D’Andrea A et al: Associations between left ventricular myocardial involvement and endothelial dysfunction in systemic sclerosis: Noninvasive assessment in asymptomatic patients. Echocardiography 2007;vol 24:p. 587–597.
  38. Galderisi M et al: Impaired inotropic response in type 2 diabetes mellitus: A strain rate imaging study. Am J Hypertens 2007;vol. 20:p. 548–555.
  39. Bellavia D et al: Detection of left ventricular systolic dysfunction in cardiac amyloidosis with strain rate echocardiography. J Am Soc Echocardiogr 2007;vol. 20:p. 1194–1202.
  40. Mori K et al: Myocardial strain imaging for early detection of cardiac involvement in patients with Duchenne’s progressive muscular dystrophy. Echocardiography 2007;vol. 24:p. 598–608.
  41. Delgado V et al: Strain analysis in patients with severe aortic stenosis and preserved left ventricular ejection fraction undergoing surgical valve replacement. Eur Heart J 2009;vol.30:p. 3037–3047.
  42. de Isla LP et al: Chronic mitral regurgitation: A pilot study to assess preoperative left ventricular contractile function using speckle-tracking echocardiography. J Am Soc Echocardiogr 2009;vol.22:p. 831–838.
  43. Dong L et al: Left ventricular torsion in patients with secundum atrial septal defect. Circ J 2009;vol. 73:p. 1308–1314.
  44. Dong L et al: Left ventricular torsional deformation in patients undergoing transcatheter closure of secundum atrial septal defect. Int J Cardiovasc Imaging 2009;vol.25:p. 479–486.
  45. Li Y et al: Evaluation of right ventricular global longitudinal function in patients with tetralogy of Fallot by two-dimensional ultrasound speckle tracking imaging. J Huazhong Univ Sci Technolog Med Sci 2010; vol.30:p. 126–131.
  46. Butz T et al: Two-dimensional strain analysis of the global and regional myocardial function for the differentiation of pathologic and physiologic left ventricular hypertrophy: A study in athletes and in patients with hypertrophic cardiomyopathy. Int J Cardiovasc Imaging 2011;vol. 27:p. 91–100.
  47. Galderisi M et al: Differences of myocardial systolic deformation and correlates of diastolic function in competitive rowers and young hypertensives: A speckle-tracking echocardiography study. J Am Soc Echocardiogr 2010;vol. 23:p.1190–1198.
  48. Stanton T. Prediction of all-cause mortality from global longitudinal speckle strain: Comparison with ejection fraction and wall motion scoring. Circ Cardiovasc Imaging. 2009;vol.2(5):p. 356-64.
  49. Serri K et al. Global and regional myocardial function quantification by two-dimensional strain: Application in hypertrophic cardiomyo- pathy. J Am Coll Cardiol. 2006;vol.47(6):p. 1175-81.
  50. Paraskevaidis IA et al.Two-dimensional strain analy- sis in patients with hypertrophic cardiomyopathy and nor- mal systolic function: A 12-month follow-up study. Am Heart J. 2009;vol.158(3):p. 444-50.
  51. Al Zahrani GB et al. Doppler myocardial imaging compared to standard two-dimensional and Doppler echocardiography for assessment of diastolic function in patients with systemic amyloidosis. J Am Soc Echocardiogr 2009;vol. 22:p. 290–8.
  52. Bellavia D et al. Detection of left ventricular systolic dysfunction in cardiac amyloidosis with strain rate echocardiography. J Am Soc Echocardiogr 2007;vol. 20:p. 1194–202.
  53. Bellavia D et al. Evidence of impaired left ventricular systolic function by Doppler myocardial imaging in patients with systemic amyloidosis and no evidence of cardiac involvement by standard two-dimensional and Doppler echocardiography. Am J Cardiol 2008;vol.101:p. 1039–45
  54. Koyama J. Longitudinal myocardial function assessed by tissue velocity, strain, and strain rate tissue Doppler echocardiography in patients with AL (primary) cardiac amyloidosis. Circulation 2003;vol. 107:p. 2446–52.
  55. Kusunose K. Detection of myocardial amyloid involvement using 2-dimentional speckle tracking echocardiography: utilization of inner and outer myocardial strain and strain rate. J Am Coll Cardiol 2010;vol. 55: p. A85.
  56. Bellavia D. Independent predictors of survival in primary systemic (AL) amyloidosis, including cardiac biomarkers and left ventricular strain imaging: an observational cohort study. J Am Soc Echocardiogr 2010;vol. 23:p. 643– 652.
  57. Phelan D et al.Relative apical sparing of longitudinal strain using two-dimensional speckle-tracking echocardiography is both sensitive and specific for the diagnosis of cardiac amyloidosisHeart 2012 vol. 98: p. 1442-1448.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo

Selecione o motivo:
Errado
Incompleto
Desatualizado
Confuso
Outros

Sucesso!

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo.

Você avaliou esse artigo

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Baixe o Whitebook Tenha o melhor suporte
na sua tomada de decisão.

Especialidades