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O ensino da cirurgia sem dúvida nenhuma foi comprometido pela pandemia de Covid-19, no entanto foi possível testar novos modelos de aprendizagem, que talvez possam incorporar na prática do ensino médico. Antes de um residente de cirurgia realizar um procedimento cirúrgico é fundamental que o mesmo aprenda a manusear o material para realizar suturas com diferentes tipos de pontos e dar os nós necessários nas diferentes condições. Alguns programas de residência promovem este tipo de aprendizado em modelos de borracha em laboratórios que ficam abertos para os residentes.
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O trabalho publicado pela Universidade do Sudoeste do Texas, comparou o método tradicional de ensino realizado no ano 2019, com a forma que se fez necessária em 2020 devido à pandemia.
Comparar os resultados dos alunos de 2019 com os de 2020, uma vez que houve a necessidade de afastamento das atividades presenciais no ano de 2020.
A avaliação é composta por 12 tarefas a serem realizadas pelo residente em formação. O tempo de execução, e a taxa de erros, eram combinadas para formar uma pontuação para cada aluno. Enquanto os alunos de 2019 obtiveram aulas presenciais com tutores e acesso ilimitado aos laboratórios de ensino, o grupo de 2020 recebeu um kit de aprendizado em casa com toda a tutoria sendo realizada por plataforma virtual. O residente poderia voluntariamente comparecer ao campus para uma tutoria presencial seguindo todas as normas de distanciamento social.
Todos os residentes do módulo 2020 conseguiram proficiência nas 12 tarefas, enquanto no ano 2019 nenhum residente conseguiu este fato (p = 0,008). O tempo para completar todas as tarefas também foi significativamente menor (p < 0,001) no grupo 2020.
A grande diferença entre os dois sistemas foi que o residente do ano de 2020, pode praticar sozinho a sutura de forma que ao comparecer ao campus voluntariamente para refinamento da técnica, já possuía incorporado o aprendizado. Com isto houve uma menor necessidade de correção por parte dos tutores e consequentemente uma menor quantidade horas/aulas.
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Todo este sucesso encontrado neste estudo, não pode ser atribuído exclusivamente à forma de ensino. O fato da pandemia provocar uma limitação de circulação, impediu a realização de festas, viagens e assim o residente teria mais tempo para a realização de tarefas curriculares.
Mesmo com esta limitação os autores encorajam fortemente este tipo de ensinamento seja utilizado nas novas turmas de residente.
Todo início de programa de residência é comum encontrar fios atados em diversos locais. O residente, no seu momento de descanso, utiliza para praticar sua memória muscular para atar nós. Este trabalho ampliou esta tradicional prática informal, para algo curricular, e apresentou resultados estatísticos que justificam o aprendizado tutorial e que pode ser realizado em qualquer lugar. Concordo que pode ser uma prática benéfica aos residentes iniciais.
Referências bibliográficas:
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