Aprovada pílula única para tratamento de infecção pelo vírus HIV

Foi aprovado o medicamento Biktarvy® (bictegravir, entricitabina e tenofovir alafenamida), administrado em pílula única para o tratamento do vírus HIV.

Foi aprovado, nesta semana, o medicamento Biktarvy® (bictegravir, entricitabina e tenofovir alafenamida), administrado em pílula única para o tratamento de infecção pelo vírus HIV em adultos e em crianças acima de seis anos com peso corporal a partir de 25 kg.

O paciente precisa ingerir apenas um comprimido ao dia, com ou sem alimentos, para o tratamento da infecção pelo HIV.

O medicamento é composto por três substâncias ativas, contendo um novo inibidor de integrase (INSTI), o bictegravir, além de antirretrovirais de outras classes: entricitabina e tenofovir alafenamida (TAF).

O TAF, utilizado em uma dosagem menor que o tenofovir (TDF), é mais permeável nas células e se concentra mais dentro delas, sendo, portanto, mais seguro que o tenofovir (TDF), pois pode causar menos toxicidade renal e óssea.

Leia também: Você pode ajudar a reduzir os índices de infecção por HIV no Brasil

Indicações do medicamento

A segurança e eficácia do remédio foi apoiada por dados robustos obtidos através de quatro estudos clínicos de fase 3 em adultos infectados com HIV-1 não tratados e em adultos infectados tratados.

No Brasil, a aprovação também engloba a população pediátrica que é suportada por um outro estudo. Nenhum paciente descontinuou o uso do medicamento devido a eventos adversos renais, sendo as mais comuns: diarreia (6%), náusea (6%) e cefaleia (5%).

O Biktarvy® é indicado como um regime completo para o tratamento da infecção pelo HIV-1 em pacientes adultos e pediátricos com peso ≥25 kg que não têm histórico de tratamento antirretroviral (ARV) ou para substituir o regime atual de ARV naqueles que são suprimidos virologicamente (HIV-1 RNA <50 cópias por mL) em um regime ARV estável, sem histórico de falha do tratamento e sem resistência conhecida a qualquer componente do Biktarvy®.

Foram relatadas exacerbações agudas graves da hepatite B em pacientes coinfectados com HIV-1 e HBV, e descontinuaram produtos contendo emtricitabina (FTC) e/ou tenofovir disoproxil fumarato (TDF), podendo acarretar com a descontinuação do Biktarvy®.

A única contraindicação é não utilizar Biktarvy® em conjunto com dofetilida ou rifampicina.

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Infecção pelo vírus HIV

Um relatório divulgado recentemente pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (Unaids) faz um alerta grave sobre a situação do país em relação às novas infecções pelo vírus HIV: na contramão do resto do mundo, que vem declinando, o Brasil apresentou um aumento de 21% entre 2010 e 2018.

A prevalência global de infecção pelo HIV por aqui é de 0,4%. Entretanto, essa prevalência entre indivíduos adultos é significativamente maior entre alguns grupos de risco:

  • 4,9% entre mulheres profissionais de sexo;
  • 5,9% entre pessoas que usam drogas;
  • 15,0% entre gays e homens que fazem sexo com homens;
  • 31,2% entre mulheres trans.

Nos Estados Unidos, o Centro de Controle de Doenças (CDC) estima que o risco de um HSH ser infectado pelo HIV é 79 vezes maior que o de um heterossexual. Mais especificamente, um homossexual negro tem metade de chances de se infectar durante a vida.

Essas taxas sugerem que novas estratégias de prevenção necessitam ser implementadas para redução do risco de infecção destes grupos.

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

Referências bibliográficas:

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