Aprovado novo tratamento para HIV no Brasil

O medicamento para tratamento do HIV aprovado trata-se da combinação das substâncias lamivudina e dolutegravir sódico em um único comprimido.

Um novo medicamento para o tratamento do HIV foi aprovado no Brasil. Trata-se da combinação das substâncias lamivudina e dolutegravir sódico em um único comprimido. Antes os portadores do vírus tinham apenas a possibilidade de combater o avanço da doença tomando um coquetel de antirretrovirais. 

A possibilidade de doses únicas simplifica o tratamento e a adesão dos pacientes, segundo uma nota enviada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a imprensa. 

Essa terapia dupla para o tratamento do HIV já vem sendo implementada nos últimos anos com os objetivos principais de facilitar a adesão ao tratamento e de diminuir o desenvolvimento de toxicidade, como explicou a infectologista do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF/UFRJ) e colunista da PEBMED, Isabel Cristina Melo Mendes.

“Trata-se de um esquema eficaz, com possibilidade de manter a capacidade de supressão viral por longos anos e com pouco potencial para causar eventos adversos que podem ter impacto a longo prazo, como dislipidemia, disfunção renal, lipodistrofia ou desmineralização óssea”.

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Avanço no tratamento do vírus da Aids 

“Essa aprovação representa um avanço no tratamento das pessoas portadoras do vírus que causa a Aids, uma vez que reúne em uma dose diária dois antirretrovirais que não estavam disponíveis em um só comprimido. A possibilidade de doses únicas simplifica o tratamento e a adesão dos pacientes”, afirmou a agência federal. 

O principal objetivo do tratamento do HIV é reduzir a carga viral do paciente a um nível indetectável. Pela bula, o novo medicamento reduz a quantidade de HIV no organismo, mantendo-a em um nível considerado baixo. 

Outra vantagem é que o remédio promove o aumento da contagem de células CD4, que exercem papel importante na manutenção de um sistema imune saudável, auxiliando a combater infecções. 

“A formulação de dolutegravir e lamivudina permite uma posologia mais confortável, com dose única diária na forma de um único comprimido. Além disso, essas drogas estão associadas a poucos efeitos colaterais. Essas características facilitam o tratamento, favorecendo a adesão. A aprovação é mais um passo importante para o acesso a tratamentos cada vez mais simples, seguros e eficazes, com o objetivo de permitir uma vida saudável e com qualidade para as pessoas vivendo com HIV”, ressaltou a infectologista Isabel Cristina Melo Mendes em entrevista ao Portal de Notícias da PEBMED.

Indicação 

O novo medicamento será indicado como um regime complemento para o tratamento da infecção pelo vírus da imunodeficiência humana tipo 1 (HIV-1) em adultos e adolescentes acima de 12 anos pesando pelo menos 40 quilos, sem histórico de tratamento antirretroviral prévio ou em substituição ao regime antirretroviral atual em pessoas com supressão virológica. 

O registro foi concedido ao laboratório GlaxoSmithKline Brasil Ltda (GSK), que apresentou estudos de eficácia e segurança com dados que sustentam as indicações autorizadas. 

A aprovação junto à Anvisa é um passo importante, mas ainda são necessárias algumas etapas para disponibilização da combinação no Sistema Único de Saúde. Para que esteja disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), ainda é necessário que sua incorporação seja deliberada e aprovada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec).

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Orientações aos médicos

Os médicos devem estar atentos para as indicações adequadas da nova combinação, especialmente em relação ao risco da presença de mutações de resistência que possam comprometer a eficácia do esquema. 

Segunda a infectologista Isabel Cristina Melo Mendes, por conter dolutegravir, os cuidados com a administração do novo tratamento devem seguir as mesmas recomendações para esse fármaco. Destacam-se a interação com metformina, rifampicina, carbamazepina, fenitoína e fenobarbital. 

“Para os que iniciam tratamento, um cuidado importante é estar atento a sinais de desenvolvimento de síndrome de reconstituição imune, com desmascaramento de infecções oportunistas que não haviam sido ainda detectadas ou piora das que já estavam em tratamento”, frisou a especialista.

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

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