As mãos dos pacientes como fontes de bactérias multirresistentes

Continuam sendo publicadas as novidades sobre elevação das taxas de contaminação por bactérias multirresistentes em ambiente hospitalar.

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E continuam sendo publicadas as novidades sobre potenciais meios de manutenção ou elevação das taxas de contaminação por bactérias multirresistentes em ambiente hospitalar. Dessa vez esses germes foram encontrados em níveis significativos na superfície das mãos dos próprios pacientes.

Em Michigan, EUA, Mody e colaboradores (2019) avaliaram pacientes admitidos dentro de 24 horas em dois hospitais quanto a presença de bactérias multirresistentes nas narinas, na superfície da mão dominante, e em superfícies ambientais de maior frequência de toque dos pacientes com as mãos. As amostras foram coletados nos dias 0, 3, 7 e semanalmente até a alta.

Nesse estudo observacional na forma de um coorte prospectivo, um total de 399 pacientes admitidos no setor de medicina geral foi incluído no período entre fevereiro e julho de 2017, 56 (14%) pacientes estavam colonizados com bactérias multirresistentes na admissão, e 40 (10%) apresentavam esses patógenos colonizando as mãos. Vinte e nove porcento dos quartos apresentavam positividade para tais germes.

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Um achado importante indicou que 14 pacientes (6%) adquiriram esses patógenos multirresistentes e apresentaram positividade nas amostras obtidas das mãos durante a internação, definindo uma taxa de aquisição de 24,6/1000 pacientes-dia, e dos quartos com uma taxa de 58,6/1000 pacientes-dia. Através da análise de clonalidade pela técnica de eletroforese em campo alternado (Pulsed-field gel electrophoresis, PFGE), observou-se que as cepas isoladas das mãos e do ambiente ao redor do paciente apresentavam ata correlação genotípica.

Dentre os pacientes colonizados, 57% (32/56) apresentaram Staphylococcus aureus resistente a meticilina, 36% (20/56) possuíam bacilos gram negativos multirresistentes (Acinetobacter spp. e Pseudomonas aeruginosa) e 14% (8/56) albergavam enterococos resistentes à vancomicina.

Tais resultados foram divulgados recentemente no Clinical Infectious Diseaes (2019) pelo grupo de pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Michigan, e confirmam a necessidade da implementação de protocolos de lavagem de mãos também para os pacientes já na admissão, no intuito de prevenir a disseminação da multirresistência no ambiente hospitalar.

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Referências bibliográficas:

  • Istenes N, Bingham J, Hazelett S, Fleming E, Kirk J. Patients’ potential role in the transmission of health care-associated infections: prevalence of contamination with bacterial pathogens and patient attitudes toward hand hygiene. Am J Infect Control 2013; 41:793–8.
  • Mody L, Washer LL, Kaye KS, Gibson K, Saint S, Reyes K, Cassone M, Mantey J, Cao J, Altamimi S, Perri M, Sax H, Chopra V, Zervos M. 2019. Multidrug-resistant Organisms in Hospitals: What Is on Patient Hands and in Their Rooms? Clin Infect Dis. 2019 Apr 13. pii: ciz092.
  • Landers T, Abusalem S, Coty MB, Bingham J. Patient-centered hand hygiene: the next step in infection prevention. Am J Infect Control 2012; 40:S11–7.

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