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No Brasil, foram registrados 2.477 mortes decorrentes de asma em 2017, segundo o Datasus. É uma crise frequente na emergência mas, em geral, poucos casos levam ao óbito. Se considerado que até um quarto da população sofre com essa condição, pode-se considerar o número baixo.
Esta semana, o Brasil se comoveu com a história da escritora e atriz Fernanda Young, de 49 anos, que teve uma crise no sítio da família, em Gonçalves (MG), e o quadro evoluiu para uma parada cardíaca. Neste contexto, precisamos estar preparados para evitar este desfecho trágico na emergência, identificando os sinais de gravidade e agindo rapidamente.
O Dr Eduardo Cardoso, produziu uma série de 3 textos com base no último ABRAMEDE, que nos ajudam a responder muitas perguntas nestes casos mais graves e iremos compilar aqui as principais orientações.
1) Detectar a gravidade da asma
O primeiro passo diante de um paciente com crise asmática é identificar as manifestações que indicam que o doente provavelmente evoluirá desfavoravelmente, como, por exemplo, o uso de musculatura acessória. Os pacientes em maior risco são aqueles que se apresentam sonolentos, agitados ou com tórax silencioso, que é o doente que deixa de sibilar. Quando o sibilo, principal manifestação da asma (decorrente do broncoespasmo), desaparece, é um sinal de que o paciente está deteriorando.
2) Tratamento
A partir da detecção de gravidade, deve-se iniciar o tratamento imediatamente:
Aminofilina e sulfato de magnésio são eficazes?
A aminofilina é muitas vezes utilizada, mas não há nenhum estudo que mostre um benefício real e seu uso é bastante contraditório. O sulfato de magnésio, que também é utilizado em algumas situações, é recomendado apenas nos casos refratários.
Para saber o momento correto, deve-se usar a regrinha mnemônica: o ABC da intubação orotraqueal no asmático.
Nessa avaliação do paciente, é fundamental o uso de um aparelho de Peak flow, que hoje tem um preço acessível e fornece bastante informação ao profissional. O aparelho mede o pico de fluxo respiratório do paciente e as medidas sucessivas oferecem um bom parâmetro de como está a respiração do mesmo
A ventilação não invasiva continua sendo um tema controverso. Na prática diária, seu uso é comum e eficaz, diminuindo a acidose e hipercapnia. Mas fica o alerta: a VNI não deve retardar a IOT. Se o paciente está evoluindo mal, não se deve retardar sua intubação, que é o que realmente resolverá o problema.
A melhor técnica para IOT é a de sequência rápida: pré-oxigenação, uso de sedativo e bloqueio neuromuscular.
Durante a pré-intubação, a VNI é um recurso interessante para pré-oxigenar o paciente, se a pré-oxigenação sem VNI não é tão efetiva. Lembrar de utilizar continuamente o broncodilatador.
Atenção! Pensando em IOT no asmático, a escolha do tamanho do tubo é muito importante. Nesses casos, nunca use um tubo menor que o 8 (com exceção de pacientes pediátricos).
Para saber como ajustar a ventilação mecânica no paciente asmático acesse o nosso conteúdo sobre o assunto.
Referências:
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