Aspirina x rivaroxabana para profilaxia de trombose após artroplastia

Os anticoagulantes orais diretos, como rivaroxabana, são prescritos para profilaxia prolongada, tendo em vista sua eficácia, segurança e conveniência.

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Após cirurgias ortopédicas de grande porte, sempre surge a preocupação com relação à profilaxia eficaz de trombose venosa e embolia pulmonar. A administração peri-operatória de profilaxia anticoagulante provou reduzir as taxas de morte e complicações associadas. Sua extensão após a alta hospitalar também provou ser benéfica, particularmente após artroplastia total do quadril.

Baseado em evidências, as diretrizes recomendam que os pacientes que passaram por artroplastia total do quadril ou joelho recebam profilaxia anticoagulante por, no mínimo, de 14 dias e sugerem que continue até 35 dias após a cirurgia.

Os anticoagulantes orais diretos, tais como rivaroxabana, são comumente prescritos para profilaxia prolongada, tendo em vista sua eficácia, segurança e conveniência de uso. A aspirina, por ser um produto barato, genérico e amplamente disponível, surge como uma opção.

Ensaios clínicos e meta-análises sugeriram que a aspirina pode ser eficaz para a prevenção do tromboembolismo venoso após artroplastia total do quadril ou joelho, mas comparações com diretas anticoagulantes orais para profilaxia além da alta hospitalar são escassas.

O objetivo principal deste artigo publicado recentemente pelo The New England Journal of Medicine é avaliar essa comparação.

mão segurando duas pilulas de remedio

Aspirina x rivaroxabana no TVP

Foi realizado um ensaio multicêntrico, duplo-cego, randomizado e controlado envolvendo pacientes submetidos à artroplastia total do quadril ou joelho. Todos os pacientes receberam rivaroxabana oral (10 mg) por via diária até o dia 5 pós-operatório e depois foram aleatoriamente designados para continuar o rivaroxabana ou mudar para a aspirina (81 mg por dia) por nove dias adicionais após a artroplastia total do joelho ou durante 30 dias após a artroplastia total do quadril.

Os pacientes foram seguidos por 90 dias para tromboembolismo venoso sintomático e complicações hemorrágicas, incluindo hemorragia importante ou hemorragia menor clinicamente relevante.

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RESULTADOS

Um total de 3.424 pacientes (1.804 submetidos à artroplastia total do quadril e 1.620 submetidos artroplastia total do joelho) foram inscritos no ensaio. Tromboembolismo venoso ocorreu em 11 dos 1.707 pacientes (0,64%) no grupo aspirina e em 12 de 1.717 pacientes (0,70%) no grupo rivaroxabana (diferença, 0,06 pontos percentuais).

Ocorreram grandes hemorragias em oito pacientes (0,47%) no grupo aspirina e em cinco (0,29%) no grupo rivaroxabana. Hemorragia clinicamente importante ocorreu em 22 pacientes (1,29%) no grupo aspirina e em 17 (0,99%) no grupo com rivaroxabana. As taxas de complicações não diferiram significativamente entre os dois grupos. Todos os eventos de sangramento ocorreram no local cirúrgico.

Sugeriu-se que houve mais eventos de hemorragia importante ou hemorragia menor clinicamente relevante entre os pacientes com uso de aspirina a longo prazo, particularmente entre aqueles que foram atribuídos ao grupo da aspirina e, portanto, estavam recebendo uma segunda dose diária de aspirina profilática.

CONCLUSÕES

Entre os pacientes que receberam cinco dias de profilaxia com rivaroxabana após artroplastia total de quadril ou artroplastia total do joelho, profilaxia prolongada com aspirina não foi significativamente diferente do rivaroxabana na prevenção do tromboembolismo venoso sintomático.

Em uma consulta rápida nas médias de preço dessas medicações, podemos perceber que a diferença de valores é significativa (preço do tratamento profilático mensal com rivaroxabana: em torno de R$ 90, enquanto que com aspirina este tratamento seria em média R$ 8). Considerando os resultados do estudo e diferença nos valores, realmente parece que a aspirina pode ser uma boa opção custo-benefício.

Leia também: ‘Mudanças no tratamento de TEP e TVP’

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