Assistência de enfermagem perioperatoria ao paciente submetido a prostatectomia

A assistência de enfermagem vislumbrando holisticamente o indivíduo que passa por uma prostatectomia, é importante no processo de cura.

Segundo dados do INCA – Instituto Nacional de Câncer (2021), o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele não melanoma) e atinge em sua maioria das vezes, homens acima de 65 anos. Porto et al (2018) afirmam que durante o processo de cura, que por vezes é através do ato cirúrgico (prostatectomia), o paciente tende a desenvolver ansiedade, disfunção da auto imagem, disfunção sexual entre outros diagnósticos de enfermagem. Por este motivo a assistência de enfermagem vislumbrando holisticamente o indivíduo, é tão importante de ponto a ponto do processo.

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Processo de recuperação

É importante que já na recuperação pós-anestésica, o enfermeiro tenha o olhar ampliado e seja capaz de identificar outros diagnósticos de enfermagem como o de dor aguda e alguns de risco importante como: eliminação urinária prejudicada e risco de volume deficiente, já que os diagnósticos de cunho psicoemocional por vezes podem ser ocultados devido ao paciente estar em processo de regressão do efeito anestésico (Saldanha et al, 2014).

Costa et al (2013) afirma que, uma vez que estamos inseridos em uma sociedade machista construída como potente e viril, o homem tende a reprimir suas dúvidas e inseguranças, cabendo ao enfermeiro promover uma comunicação terapêutica com escuta atenta além de estabelecer uma linguagem acessível compatível ao nível intelectual do paciente, mesmo durante o breve período em que o paciente está consciente no intraoperatório.

A equipe multiprofissional como um todo deve promover uma assistência de qualidade, visando a segurança bem como um resultado cirúrgico favorável. Entretanto é de extrema importância que esta equipe esteja preparada para atuar com grande empatia e descrição uma vez que se trata de um procedimento que afeta sensivelmente âmbito emocional grande parte dos clientes atendidos.

Em outro estudo, Santos et al (2016) afirma que além de procurar estabelecer um vínculo de confiança e manter o paciente o mais confortável possível durante o ato cirúrgico, a equipe de enfermagem deve dar continuidade na sala de recuperação anestésica, aos exercícios pélvicos que visam diminuir a incontinência urinária e assim auxiliar no processo pós operatório.

Trabalho em conjunto

A participação do paciente em seu processo de cura é fator determinante no sucesso do tratamento. Compreender as mínimas ações realizadas no periopeatório é importante para o paciente sentir-se seguro uma vez que, a equipe que o recepciona e o assiste neste ambiente lhe é estranha, pois não são os mesmos profissionais da unidade de internação.

Para Bittencourt, Schwengber e Stumm (2021), é necessário alinhar as informações trabalhadas com incentivo e apoio no interesse dos pacientes em serem elementos ativos no processo que se inicia no período pré-operatório.

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A educação no processo de saúde é uma ferramenta importante que, aliada a linhas de cuidado de enfermagem voltadas ao autocuidado, podem melhorar exponencialmente o resultado cirúrgico. Um paciente bem instruído, com uma rede de apoio bem orientada, vivencia um ambiente permeado de segurança, com melhora dos desfechos e enfrentamento das dificuldades no pós-operatório.

Referências bibliográficas:

  • Bittencourt VLL, Schwengber MSV, Stumm EMF. Ações educativas desenvolvidas por enfermeiros para a segurança dos pacientes no perioperatório. Research, Society and Development, [S. l.]. 2021;10(9):e40910914971. doi: 10.33448/rsd-v10i9.14971.
  • Costa TF, et al. Comunicação terapêutica entre enfermeiros e pacientes em pré-operatório de prostatectomia. Rev. enferm. UFPE on line; 2013;7(4):1107-12.
  • Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA). Dados demográficos do câncer de próstata. Rio de Janeiro: INCA, 2021. Disponível em: https://www.inca.gov.br/controle-do-cancer-de-mama/conceito-e-magnitude.
  • Porto AO, et al. Processo de enfermagem aplicado ao paciente com infecção de sítio cirúrgico pós-prostatectomia: relato de experiência. Rev Pre Infec e Saúde[Internet]. 2018;4: 7215. doi: 10.26694/repis.v4i0.7215.
  • Saldanha EA, et al. Diagnósticos de enfermagem em pacientes submetidos a prostatectomia: identificação da significância dos seus componentes. Revista Brasileira de Enfermagem [online]. 2014;67(3):pp. 430-437.  doi: 10.5935/0034-7167.20140057.
  • Santos AG, et al. Efetividade do exercício pélvico no perioperatório de prostatectomia radical: revisão de literatura. Revista Brasileira Em Promoção Da Saúde. 2016;29(1):100–106. doi: 10.5020/18061230.2016.p100.

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