ATENÇÃO! Rastreio populacional para câncer de pulmão por TC em pacientes de alto risco?!

O câncer de pulmão é o câncer mais comum do país e, por seu diagnóstico tardio e alta letalidade, o de maior taxa de mortalidade. Por anos, nenhum dos métodos diagnósticos usuais (tomografia de tórax, radiografia de tórax e citologia do escarro) mostrou-se eficaz para rastreio da doença, devido ao alto índice de falsos-positivos e …

O câncer de pulmão é o câncer mais comum do país e, por seu diagnóstico tardio e alta letalidade, o de maior taxa de mortalidade. Por anos, nenhum dos métodos diagnósticos usuais (tomografia de tórax, radiografia de tórax e citologia do escarro) mostrou-se eficaz para rastreio da doença, devido ao alto índice de falsos-positivos e falsos-negativos.

Em 2011, o National Lung Cancer Screening Trial publicou redução de 20% no risco relativo de morte por câncer de pulmão, comparando a TC de tórax de baixa radiação à radiografia de tórax com estratégia de rastreio. Outros estudos menores também comprovaram o benefício do rastreio com TC de tórax de baixa radiação, motivando o US Preventive Services Task Force (USPSTF) a mudar suas recomendações recém-atualizadas.

Sendo assim, a nova recomendação do USPSTF, indica rastreio anual com tomografia de tórax de baixa radiação em pacientes entre 55 e 80 anos, tabagistas ou ex-tabagistas que cessaram o tabagismo em menos de 15 anos, com carga tabágica de pelo menos 30 maços-ano. O rastreio anual, seguindo essa recomendação, deve ser suspenso tão logo o paciente ex-tabagista complete 15 anos sem fumar.

Mas nem tudo são flores nessa nova recomendação, se a redução do risco relativo foi de “expressivos” 20%, por outro lado, a nível populacional essa redução de risco relativo apresenta baixa expressão, principalmente quando levado em consideração o custo de tamanha abordagem.

Para ser mais claro, um cálculo interessante a ser demonstrado é que, para salvarmos uma única vida, teríamos que substituir 320 radiografias de tórax por tomografias de baixa radiação. Imagine o custo dessa iniciativa a nível populacional e a própria disponibilidade de TC de baixa radiação no Brasil, ainda restrita a clínicas particulares de ponta.

Ainda assim, fica a mensagem de que: há base científica suficiente para indicar esta estratégia individualmente em pacientes de alto risco e com assistência em saúde capaz de absorver essa demanda.

 

Referências Bibliográficas:

– Davis AM, Cifu AS. Lung Cancer Screening.JAMA. 2014;312(12):1248-1249. doi:10.1001/jama.2014.12272.

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