Atividade física como proteção para insuficiência cardíaca em pacientes de alto risco

Embora se indique atividade física àqueles com risco de insuficiência cardíaca, ainda não há certeza se isso funcionaria em diferentes grupos de risco.

A prática regular de atividade física tem relação inversa com o risco de desenvolver insuficiência cardíaca (IC). Pacientes com risco de desenvolvimento de IC são classificados como estágio A, ou seja, são assintomáticos, porém possuem fatores de risco como hipertensão, diabetes, obesidade e doença aterosclerótica. Para estes pacientes mudanças no estilo de vida e atividade física regular são recomendados, entretanto, estudos prévios não mostram com clareza se essas medidas preventivas funcionariam em diferentes grupos de risco.

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Pacientes de grupo de risco para desenvolvimento de insuficiência cardíaca praticam atividade física como forma de manter a saúde

O que os estudos mostram

Estudos mostram que de uma forma geral, a prática de atividade física regular previne a ocorrência de doenças cardiovasculares de forma dose dependente. A atividade também é capaz de aumentar a sobrevida após eventos isquêmicos, mas não é capaz de reduzir a incidência de IC nesses casos.

Estudo ARIC

Um estudo resolveu avaliar a atividade física em relação a prevenção de IC, para isso usou a base de dados do estudo ARIC que observou mais de 15 mil pessoas de 45 a 64 anos começando em 1987 – 1989. Trata-se de um estudo observacional prospectivo. A proposta inicial era avaliar diversos indivíduos com fatores de risco para IC e avaliar diversos níveis de atividade física em visitas de seguimento.

Atividade física

As atividades físicas eram classificadas em pobres (0 min de atividades moderadas a vigorosas por semana), intermediária (1 a 150 min de atividades moderadas ou 1 a 75 min de atividades vigorosas por semana) e recomendada (>150 min de atividades moderadas ou > 75 min de atividades vigorosas por semana).

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Desfechos

O desfecho primário era o desenvolvimento de IC definido por hospitalização por IC ou morte desde o início do seguimento até o último dia do ano de 2016.

Resultados

Dos participantes do estudo, 13.810 reportaram a taxa de atividade física; desses, 37% tinha uma taxa pobre de atividade, 25% uma taxa intermediária e 39% uma taxa recomendada. Metade do grupo tinha hipertensão, 27% eram obesos, 11% tinha diabetes, 23% tinha síndrome metabólica e 9% tinham doença aterosclerótica estabelecida.

Em um tempo médio de seguimento de 26 anos ocorreram aproximadamente 3.000 casos de IC, com os fatores de risco fortemente associados a esse evento.

A redução da incidência de IC em pessoas com prática de exercício físico regular foi estatisticamente significativa em pacientes com hipertensão, diabetes, síndrome metabólica e obesos. Apenas em pacientes com doença isquêmica estabelecida o exercício não foi associado a uma redução de incidência de IC.

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Conclusão

Os resultados reafirmam a capacidade da atividade física como medida preventiva para doenças cardiovasculares para a população geral e mais ainda para aqueles que possuem fatores de risco para o desenvolvimento de insuficiência cardíaca.

Ainda que o exercício não tenha mostrado proteção contra a IC em pacientes com doença isquêmica estabelecida, outras vantagens como o aumento da sobrevida, podem ser obtidas com a prática regular de atividade física.

Sendo assim todo profissional de saúde deve encorajar a prática regular de atividades física sempre que possível.

Referências bibliográficas:

  • Florido R, Kwak L, Lazo M, et al. Physical activity and heart failure in high-risk subgroups: the ARIC study. J Am Heart Assoc. 2020. [Epub ahead of print].
  • Pandey A, Kitzman D. Preventing heart failure with habitual physical activity: dependence on heart failure phenotype and concomitant cardiovascular disease. J Am Heart Assoc. 2020.

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