Atividades físicas ajudam no tratamento de doenças respiratórias?

Muitas pesquisas apontam para os benefícios da prática regular de atividades em pacientes de doenças respiratórias, como asma e DPOC.

Não é novidade que muitos pacientes com doenças respiratórias evitam praticar atividade física por receio do reaparecimento de sintomas como tosse e a falta de ar. Entretanto, muitas pesquisas apontam para os benefícios da prática regular de atividades em pacientes de asma e de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).

Segundo o pneumologista e diretor da Comissão de Infecções Respiratórias da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia, Mauro Gomes, com tratamento contínuo e acompanhamento médico, é possível levar uma vida sem limitações.

“Sintomas como tosse e falta de ar podem desencadeados por esforço físico, mas isso não deve ser uma desculpa para não os realizar. Ao fazer algum tipo de atividade aeróbica três vezes por semana, como corrida, natação ou ciclismo, o indivíduo fortalece a musculatura do tórax e das pernas, melhorando o condicionamento cardiorrespiratório e minimizando a sensação de falta de ar, que torna-se menos frequente”, explica Mauro Gomes.

Doenças respiratórias: falta de controle é perigoso

Cerca de 90% dos pacientes asmáticos não têm controle sobre a doença no país, o que é muito preocupante, pois ela pode provocar sérios impactos na vida do paciente, como insônia, fadiga e diminuição do nível de atividades rotineiras.

Para que os pneumologistas avaliem a situação física de seus pacientes, a Iniciativa Global para Asma (GINA) indica algumas perguntas importantes. Se nas últimas quatro semanas, o indivíduo apresentar sintomas diurnos mais de duas vezes por semana, despertares noturnos devido à asma, se fez uso do medicamento de alívio mais de duas vezes por semana e/ou se possui qualquer limitação de atividade devido à asma, deve-se considerar que a enfermidade não está sob controle.

Já a DPOC é causada, principalmente, pelo consumo de cigarro. Essa condição atinge 15% da população brasileira com idade superior a 40 anos e, ainda assim, metade dos pacientes é diagnosticada quando a doença já está em estágio moderado.

Assim como a Iniciativa Global para Asma (GINA), a Iniciativa Global para a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (GOLD) também possui indicadores- chave para considerar o diagnóstico de DPOC e existem cinco perguntas básicas (GOLD) que podem ajudar ao pneumologista a identificar pacientes que podem ter a enfermidade, a qual pode ser confundida com sinais do processo de envelhecimento.

Se o indivíduo tiver mais de 40 anos, for fumante ou ex-fumante, apresentar tosse recorrente, expectoração ou catarro constante e/ou sente cansaço ou falta de ar ao fazer esforço, como subir escadas ou caminhar, deve-se considerar que a doença não está sob controle.

Leia também: Atualização nos aspectos clínicos da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC)

Aos primeiros sinais de cansaço, tosse, pigarro e falta de ar contínuos é recomendável orientar ao paciente a buscar ajuda de um especialista.

“No caso da DPOC, a prevenção é a melhor escolha para não desenvolver a doença, enquanto pacientes de asma devem estar sempre em alerta para os riscos de crises”, ressalta Mauro Gomes.

O tratamento contínuo com medicamentos apropriados de prevenção melhora significativamente a função pulmonar dos pacientes e minimiza o risco de crises. Além disso, a prática de atividade física regular e a vacinação também contribuem para uma melhor qualidade de vida dos pacientes.

As doenças respiratórias, segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia, atingem 20% da população, sendo a quarta maior causa de hospitalizações no Brasil.

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

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