Atualização sobre testes laboratoriais para SARS-CoV-2

Estão disponíveis diferentes testes diagnósticos para detecção de infecção por SARS-CoV-2, cada um validado para determinado contexto clínico.

Atualmente estão disponíveis no mercado diferentes testes diagnósticos para detecção de infecção por SARS-CoV-2, cada um validado para um determinado contexto clínico. Por se tratar de um tema de crescente e rápido acúmulo de conhecimento, é necessário que os médicos e demais profissionais da saúde mantenham-se constantemente atualizados. No dia 25 de janeiro de 2021, a Organização Mundial da Saúde publicou um documento com atualizações, baseadas nas evidências mais recentes, sobre o manejo clínico da Covid-19.

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Atualização sobre exames laboratoriais para SARS-CoV-2

A seguir, sintetizo os principais pontos das recomendações atuais para diagnóstico laboratorial.

  1. Todos os pacientes com suspeita de Covid-19 devem ser testados, de preferência por método de amplificação de ácidos nucleicos, como RT-PCR de amostras de trato respiratório superior (TRS). Pode ser necessário testar mais de uma vez. Deve-se considerar, ainda, testagem para outros patógenos, desde que indicados pelas diretrizes locais, conforme o quadro clínico.
  2. Testes de anticorpos anti-SARS-CoV-2 não são recomendados para diagnóstico de quadro de Covid-19 em curso.
  3. Amostras TRS possuem maior positividade na 1a semana de doença. Amostras de trato respiratório inferior (TRI), como de aspiração traqueal, têm mais chance de serem positivas após a 1ª semana de doença, podendo ser consideradas quando amostras de TRS são negativas, em pacientes intubados. Deve-se evitar a coleta de amostras através de escarro induzido devido ao risco de aerossolização.
  4. Em pacientes com Covid-19 grave, amostras de TRS negativas não excluem o diagnóstico, de forma que nova amostra de TRS ou TRI, deve ser considerada.

  5. Existem diversos kits de testes rápidos (TR) para detecção de antígeno do SARS-CoV-2 no mercado internacional. Para poderem ser usados no diagnóstico, eles devem apresentar, em relação ao RT-PCR, pelo menos sensibilidade ≥ 80% e especificidade ≥ 97%. Além disso, eles devem ser utilizados apenas em situações ou localizações onde o RT-PCR não esteja disponível.
  6. Em situações de testagem de contatos assintomáticos, TR para detecção de antígenos de via respiratória podem ser usados na investigação comunitária, ainda que com menos evidências para utilização nesse contexto. Testes negativos não permitem a cessação da recomendação de isolamento para os contactantes.
  7. Não é recomendada testagem com TR em pacientes assintomáticos que não sejam contactantes de casos confirmados de Covid-19.

  8. Se testes RT-PCR forem repetidamente negativos, em pacientes com alta probabilidade pré-teste, amostras sanguíneas podem ser coletadas, uma na fase ativa e outra na fase de convalescência (entre 2 e 4 semanas após). Este método pode promover o diagnóstico retroativo em caso de positivação de anticorpos ou aumento dos seus títulos.
  9. Em pacientes graves e internados, recomenda-se também a coleta de hemoculturas, de preferência antes do início de eventual antibioticoterapia empírica.
  10. Deve-se lembrar que outras infecções como as causadas por influenza, bactérias, e M. tuberculosis, representam diagnósticos diferenciais ou associados, devendo ser consideradas nos contextos clínicos adequados.

Saiba mais: Covid-19: USP lança teste rápido que detecta casos em até 24 horas

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