Auto-monitorização da glicemia é eficaz para pacientes com DM2 não usuários de insulina?

Recente estudo publicado em junho de 2017 no JAMA tem como objetivo avaliar a importância da auto-monitorização da glicemia capilar em pacientes com DM2 não usuários de insulina.

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Recente estudo publicado em junho de 2017 no JAMA tem como objetivo avaliar a importância da auto-monitorização da glicemia capilar em pacientes com DM2 não usuários de insulina.

Atualmente nos EUA, mais de 75% da população com DM2 realiza auto-monitorização – baseada em diversos estudos clínicos que preconizam tal conduta.

O estudo randomizado, conduzido no Estado da Carolina do Norte, envolveu 15 centros de atenção primária nos anos de 2014 e 2015. Quatrocentos e cinquenta pacientes que tinham mais de 30 anos, HbA1c entre 6,5-9,5%, foram divididos em 3 grupos:

– Sem auto-monitorização da glicemia capilar
– Auto-monitorização da glicemia capilar 1 vez por dia
– Auto-monitorização da glicemia capilar 1 vez por dia + feedback

A media de idade dos pacientes era 61 anos, tinham diabetes há 8 anos e HbA1c 7,5%; 80% dos pacientes usavam metformina e 35% usavam sulfonilureias.

O end point primário foi o valor da HbA1c após 52 semanas, porém a conclusão é que não houve diferença entre os grupos, seja avaliando HbA1c, qualidade de vida (medida por questionário próprio) ou frequência de hipoglicemia.

Crítica 1: não podemos extrapolar tais resultados devido a duração curta do estudo observacional, apenas 1 ano. Na prática clínica, o DM2 é doença com longa duração e evolução e cada paciente deve ser individualizado e considerado de maneira única.

Critica 2: é um estudo observacional, na verdade a auto-monitorização sem intervenção eficaz: ajuste terapêutico frequente; não causará diferença entre os grupos estudados.

Critica 3: os pacientes tinham DM2 há pouco tempo, com controle eficaz (HbA1c média de 7,5%). Logo, já era de se esperar que não houvesse muito a melhorar no controle glicêmico;

Sugestão: desenhar um estudo intervencionista, ou observacional com duração maior, além de randomizar pacientes com hemoglobina glicada mais elevada.

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Referências:

  • Glucose Self-Monitoring in Non–Insulin-Treated Patients With Type 2 Diabetes in Primary Care Settings. JAMA Intern Med. doi:10.1001/jamainternmed.2017.1233. Published online June 10, 2017.

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