Avaliação do risco cirúrgico em pacientes vacinados contra Covid-19 e cirurgias eletivas

Ainda não se tem real conhecimento dos efeitos da vacina contra Covid-19 sob a anestesia e o risco cirúrgico em pacientes recém vacinados. Saiba mais.

Uma paciente de 51 anos em pré operatório para cirurgia bariátrica, deu entrada em um ambulatório de  anestesia da Universidade de Cologne na Alemanha para a realização de risco cirúrgico, tendo realizado  a primeira dose da vacina Astrazeneca contra Covid-19 quatro dias antes, pois era da área de saúde e  apresentava grande risco de ser infectada. No momento da vacinação relatou à equipe que iria realizar  uma cirurgia de grande porte uma semana após a primeira dose e não encontrou resistência nem contra  indicação por parte dos profissionais que aplicaram a vacina. Sendo a segunda dose agendada para 48 dias após. 

Apesar de muito se saber em relação aos tipos diferentes de vacina contra o Sars-CoV-2, ainda não se tem real conhecimento dos efeitos desta sob a anestesia e cirurgia em pacientes recém vacinados. Sendo assim, alguns questionamentos foram aventados, principalmente em relação a: qual melhor tempo após a cirurgia para se tomar a vacina, se efeitos depressores do sistema imunológico relacionados ao estresse anestésico-cirúrgico podem afetar a eficácia da vacina, se os efeitos colaterais da vacina podem ser exacerbados devido também a essa imunodeficiência e ao fato dos efeitos adversos próprios da vacinação poderem ser confundidos com complicações pós operatórias. 

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Avaliação do risco cirúrgico em pacientes vacinados contra Covid-19 e cirurgias eletivas

Vacinas contra Covid-19 e o risco cirúrgico

A Covid-19 que passou a ser uma infecção nosocomial aumenta muito as chances de complicações, principalmente pulmonares em pacientes idosos no pós-operatório de cirurgias eletivas, e a vacinação desses pacientes contribui para a diminuição dessas complicações. Porém, as vacinas contra Covid-19 se diferenciam em relação a seu tempo de imunização, o que torna plausível que pacientes candidatos a cirurgias eletivas possam escolher a vacina com menor tempo de ação. 

Normalmente, na população pediátrica, se faz um intervalo para cirurgias eletivas de 3 a 7 dias para  vacinas de vírus inativo e de 14 a 21 dias para vacinas de vírus vivo atenuado. O Royal College of  Surgeons da Inglaterra determinou que, para cirurgias eletivas em pacientes adultos, não se deve esperar mais do que uma semana em relação aos dois tipos de vacina e para cirurgias de urgência, não há intervalo. 

Oficialmente, não se tem ainda nenhum guideline a respeito da segurança anestésica e vacina contra Covid-19 em pacientes em pré-operatório eletivo, além do risco cirúrgico. Além disso, as vacinas com tecnologia  de RNA mensageiro são muito novas e não se tem estatística suficiente sobre interações com anestesia. 

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As recomendações normalmente utilizadas para a vacinação, como a contra indicação em pacientes com quadros infecciosos ou febris agudos, porém liberados para pacientes com infecções leves ou febre baixa devem se expandir para o cenário pré-operatório em relação a cirurgias de pequeno e grande porte, ou seja, cirurgias de pequeno porte estariam liberadas pós vacinação. Porém, nenhuma  investigação foi realizada em relação a isso. 

Cirurgias eletivas

O departamento de anestesia da Universidade de Cologne recomenda que cirurgias eletivas sejam realizadas após 15 dias da segunda dose da vacina. Esse período seria o mais seguro para diminuir os riscos de complicações pós operatórias, além de não haver a interferência dos efeitos colaterais da vacina como febre, mialgia, artralgia, náuseas, vômitos e fadiga serem confundidos com complicações pós operatórias. 

Referências bibliográficas:

  • Limper U, Defosse J, Schildgen O, Wappler F. Perioperative risk evaluation in patients scheduled for elective surgery in close relation to their SARS-CoV-2 vaccination. Br J Anaesth. 2021 Jun;126(6):e225-e226. doi: 10.1016/j.bja.2021.03.007

 

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