Benefício da transfusão de plaquetas para sangramento gastrintestinal em vigência de antiplaquetários

Acredita-se que drogas inibidoras da agregação plaquetária, como o AAS e as tienopiridinas, por terem efeito durante toda a vida da plaqueta, tenham seu efeito antiagregante diminuído a partir da transfusão de plaquetas. Esta abordagem é considerada particularmente útil em pacientes com sangramento gastrointestinal em uso de antiplaquetários, seguindo o princípio de que novas plaquetas …

bAcredita-se que drogas inibidoras da agregação plaquetária, como o AAS e as tienopiridinas, por terem efeito durante toda a vida da plaqueta, tenham seu efeito antiagregante diminuído a partir da transfusão de plaquetas. Esta abordagem é considerada particularmente útil em pacientes com sangramento gastrointestinal em uso de antiplaquetários, seguindo o princípio de que novas plaquetas normais substituam a função das plaquetas disfuncionantes do paciente. Pesquisa recente, no entanto, coloca em cheque esta teoria.

Estudo unicêntrico recém-publicado na “Clinical Gastroenterology and Hepatology” sugere que esta abordagem não apresenta benefício. O estudo envolveu uma análise retrospectiva comparando desfechos de casos de sangramento gastrointestinal em usuários de antiplaquetários, sendo os mesmos separados em dois grupos: pacientes que receberam transfusão de plaquetas e pacientes que não receberam. O resultado do estudo demonstrou que aqueles que receberam transfusão de plaquetas tiveram maior risco de eventos cardiovasculares, tempo de internação e mortalidade, quando comparados com o grupo que não recebeu transfusão. Após análise multivariada, no entanto, apenas a mortalidade significativamente aumentada se manteve, com risco de ressangramento semelhante entre os grupos. O sítio de sangramento gastrointestinal, se alto ou baixo, também não demonstrou diferença nos resultados apresentados.

Importante constatação se faz presente na discussão do estudo: a influência do perfil dos grupos de pacientes na admissão, tendendo o grupo que recebeu transfusão a ser um grupo de maior risco e pior prognóstico do que o grupo que não recebeu, demonstrado pela maior frequência cardíaca e menor pressão arterial neste grupo. Podemos atribuir esta maior mortalidade, portanto, há um viés de seleção? Sendo este grupo de pacientes um grupo de maior gravidade, que motivou até mesmo a indicação da transfusão?

Por se tratar de um estudo pequeno e retrospectivo, com as limitações apresentadas, estas perguntas não podem ser definitivamente respondidas, e novos estudos serão necessários para aprofundar a discussão a cerca da indicação de transfusão de plaquetas em vigência de sangramento gastrointestinal em usuários de antiplaquetários.

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Referências Bibliográficas

  • Zakko L et al. No benefit from platelet transfusion for gastrointestinal bleeding in patients taking antiplatelet agents. Clin Gastroenterol Hepatol, 24/07/16.

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