Benzodiazepínicos estão relacionados com maior risco de morte?

Um estudo observacional retrospectivo publicado no BMJ avaliou o risco de mortalidade por todas as causas associadas ao uso e não uso de benzodiazepina em adultos.

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Os benzodiazepínicos (diazepam, alprazolam, midazolam, etc) são medicamentos hipnóticos e ansiolíticos bastante utilizados na prática clínica. Usualmente são prescritos no tratamento de quadros agudos de ansiedade, transtorno de humor, insônia, crises convulsivas e outras condições relacionadas ao sistema nervoso central.

Evidências da literatura sugerem um aumento no risco de mortalidade por todas as causas entre adultos que utilizam benzodiazepínicos, mesmo por curta duração. As associações positivas entre essa classe terapêutica e a mortalidade têm implicações importantes para a saúde pública devido ao grande número de pessoas que utilizam estes medicamentos.

Neste contexto, no último mês, um estudo observacional retrospectivo publicado no British Medical Journal (BMJ) avaliou o risco de mortalidade por todas as causas associadas ao uso e não uso de benzodiazepina em adultos.

pilulas de medicamento saindo da caixa

Benzodiazepínicos e mortalidade

O estudo contemplou uma amostra de 1.686.410 pacientes que iniciaram benzodiazepina e 1.930.159 pacientes que não iniciaram, mas realizaram uma visita médica. O alprazolam foi o agente mais comumente prescrito entre os benzodiazepínicos de curta ação (47,2%) e o diazepam foi o mais comum entre os de ação prolongada (87,7%).

Em comparação com os pacientes que não iniciaram o uso de benzodiazepínicos, aqueles que fizeram eram mais velhos, mais frequentemente do sexo feminino e geralmente apresentavam maior carga de comorbidades. Adicionalmente, os pacientes em uso de benzodiazepina apresentaram maior probabilidade de apresentar história de hipertensão, doença cardíaca isquêmica, insuficiência cardíaca, acidente vascular cerebral, hiperlipidemia, diabetes, doença renal e câncer.

No total, 8.945 mortes ocorreram entre os pacientes que utilizaram benzodiazepina e 5.347 entre os não iniciadores em um período de observação de seis meses. Após o pareamento nos escores de propensão (1:1), não foi observada diferença estatística na ocorrência de mortalidade entre os pacientes que iniciaram benzodiazepina em comparação com os que não fizeram uso do medicamento em um período de seguimento de seis meses.

Dessa forma, este estudo observacional em uma população de larga escala sugeriu que não há aumento no risco de mortalidade por todas as causas associadas ao uso de benzodiazepínicos.

LEIA MAIS: Desmame de benzodiazepínicos – o que precisamos saber

Referências:

  • Patorno Elisabetta, Glynn Robert J, Levin Raisa, Lee Moa P, Huybrechts Krista F. Benzodiazepines and risk of all cause mortality in adults: cohort study. BMJ 2017; 358 :j2941

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