Beta-bloqueadores: A melhor escolha na sepse + FA

A fibrilação atrial é uma doença muito comum na prática clínica e que, comumente, se apresenta como uma comorbidade e fator de gravidade importante em pacientes internados por outras doenças. Não é raro nos depararmos com casos de pacientes em fibrilação atrial num contexto de sepse. Analisando especificamente estes casos, estudo recentemente publicado na renomada …

A fibrilação atrial é uma doença muito comum na prática clínica e que, comumente, se apresenta como uma comorbidade e fator de gravidade importante em pacientes internados por outras doenças. Não é raro nos depararmos com casos de pacientes em fibrilação atrial num contexto de sepse.

Analisando especificamente estes casos, estudo recentemente publicado na renomada revista “Chest” comparou desfechos de pacientes sépticos com fibrilação atrial segundo o medicamento utilizado para controle de frequência. Foram comparados: bloqueadores de canais de cálcio EV; beta-bloqueadores; digitais (digoxina) e amiodarona.

Nos quarenta mil casos do estudo, houve grande variabilidade de escolha na medicação, e bloqueadores dos canais de cálcio (BCC) foram os medicamentos mais prescritos para controle de frequência (36% dos casos). No entanto, beta-bloqueadores foram associados a menor mortalidade quando comparados com os demais medicamentos, apresentando risco relativo de: 0,92 (comparado com bloqueadores de canais de cálcio); 0,79 (comprado com digoxina); e 0,67 (comparado com amiodarona), todos com significância estatística.

Embora os resultados sejam favoráveis aos beta-bloqueadores como a 1ª linha no tratamento, o estudo apresenta algumas limitações, como a utilização de escores de propensão para evitar o confundimento gerado pela não aleatoriedade da seleção dos grupos (tratando-se de um estudo observacional). O uso de escores de propensão apresentam menor acurácia em grandes quantidades de dados e de grande variabilidade.

Esses dados por si só não devem mudar a prática clínica, porém apoiam fortemente ensaios de betabloqueadores como tratamento de primeira escolha para pacientes sépticos com fibrilação atrial. Uma dúvida que permanece é se o benefício se deve a sua ação na sepse ou na fibrilação atrial, e, por mais que a resposta pareça óbvia, estatisticamente isto não foi provado. Resta-nos aguardar novos estudos.

 

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Referências Bibliográficas:

  • Walkey AJ et al. Practice patterns and outcomes of treatments for atrial fibrillation during sepsis: A propensity-matched cohort study. Chest 2016 Jan; 149:74. (https://dx.doi.org/10.1378/chest.15-0959)

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