Brasil registra casos de danos nos pulmões por cigarro eletrônico

Três pessoas foram diagnosticadas no país com danos nos pulmões associadas ao uso de cigarro eletrônico. A venda desses dispositivos é proibida no Brasil.

Três pessoas foram diagnosticadas no país com danos nos pulmões associadas ao uso de cigarro eletrônico, de acordo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), que fez um alerta sobre os riscos do uso do equipamento em seu site. A venda desses dispositivos é proibida no Brasil.

A entidade confirmou que os pacientes usaram cigarro eletrônico com tetra-hidrocanabinol (THC), substância da cannabis, em dispositivos adquiridos nos Estados Unidos.

A SBPT recomenda aos pneumologistas e clínicos em geral que utilizem os critérios diagnósticos e classificatórios divulgados pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC).

mão de fumante segurando um cigarro eletrônico enquanto solta a fumaça pela boca

Cigarro eletrônico

Os médicos devem considerar várias etiologias, incluindo a possibilidade de EVALI (Injúria Pulmonar Relacionada ao Uso de Cigarro Eletrônico) e infecção concomitante. Além disso, os profissionais de saúde devem avaliar diagnósticos alternativos, conforme sugerido pelos resultados clínicos e histórico médico e neoplásicos; exposições ambientais ou ocupacionais; ou causas da síndrome do desconforto respiratório agudo.

Critérios de classificação

Casos confirmados:

  • Uso de cigarro eletrônico nos últimos 90 dias;
  • Consolidações do diagnóstico pela radiografia ou padrão de vidro fosco na tomografia de tórax.

Ausência de diagnósticos alternativos, como:

  • Doenças cardiológicas, reumatológicas, neoplásicas, etc.;
  • Doenças infecciosas – fazer, no mínimo, painel viral negativo e PCR influenza, se indicado. Outros testes (antígenos, culturas, HIV), quando indicados, devem ser negativos.

Casos prováveis: 

  • Uso de cigarro eletrônico nos últimos 90 dias;
  • Consolidações do diagnóstico pela radiografia ou padrão de vidro fosco na tomografia de tórax;
  • Ausência de diagnósticos alternativos não infecciosos;
  • Identificação de infecção através de cultura ou PCR, apesar dessa não ser a única causa de doença respiratória.

Tratamento indicado

Aqui no país, o tratamento indicado é a suspensão imediata do uso do cigarro eletrônico, o uso de corticoides e até mesmo a internação, em casos de pacientes dispneicos ou com a respiração prejudicada.

Os sintomas decorrentes do uso destes equipamentos são tosse, dor torácica e dispneia, dores abdominais, náusea, febre, calafrios e até perda de peso.

Leia mais: Cigarros eletrônicos: o que está causando a misteriosa doença pulmonar?

Os pacientes dispneicos ou com saturação de oxigênio inferior a 95%, com comorbidades ou outros fatores, a critério do médico, devem ser internados. Os pacientes ambulatoriais devem ser reavaliados dentro de 24 a 48h.

A utilização do corticoide sistêmico pode ser útil em pacientes hospitalizados, mas ainda não foi avaliado em pacientes ambulatoriais.

Confira o guia elaborado pela entidade aqui.

Orientações aos profissionais de saúde

Em outubro deste ano, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) solicitou que os hospitais e profissionais de saúde relatem os problemas relacionados ao uso de cigarros eletrônicos. A mesma solicitação foi realizada ao Conselho Federal de Medicina (CFM), para que os médicos estejam atentos e relatem quaisquer suspeitas.

O monitoramento envolve os cigarros eletrônicos, os vaporizadores e os cigarros de tabaco aquecido e os demais dispositivos eletrônicos de fumo (DEFs).Os relatos podem ser realizados por meio da ouvidoria da Anvisa.

A SBPT reforçou que todos os casos que chegarem à instituição e forem confirmados serão encaminhados para a Anvisa.

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

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