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Cardiologia28 março 2020

Burnout na cardiologia: mulheres são mais afetadas que os homens [ACC 2020]

A síndrome de burnout afeta, dentro da cardiologia, mais as mulheres que os homens, e mais os cardiologistas de meio de carreira. Veja mais do estudo!

Por Clara Barreto

A síndrome de burnout afeta, dentro da cardiologia, mais as mulheres que os homens, e mais os cardiologistas de meio de carreira, entre oito e 21 anos de trabalho, que aqueles que estão iniciando ou já estão no final da carreira. Esses foram alguns dos resultados apresentados durante o congresso virtual da American College of Cardiology (ACC 2020), que está acontecendo de hoje até a próxima segunda-feira, 30.

mulher da área de cardiologia sentada no chão com as mãos na cabeça devido ao burnout

Burnout e estresse na cardiologia

O estudo teve como objetivo medir o estresse e o burnout entre os cardiologistas, entendendo quem teria mais probabilidade de desenvolver a síndrome e procurando identificar o que poderia estar exarcebando os sentimentos. Por isso, foram entrevistados, por e-mail, 19.348 cardiologistas, bolsistas em treinamento e membros de equipes cardiovasculares.

Dos 2.025 que responderam a pesquisa, 1.652 eram homens e 362 mulheres; 11 optaram por não responder. Eles foram instruídos sobre como avaliar o grau dos sentimentos desgaste.

Resultados

  • 35,4% relataram burnout;
  • 43,9% disseram estar estressados;
  • Entre os que relataram burnout: 23,9% disseram ter um ou mais sintomas, como exaustão emocional, 9,9% relataram sintomas crônicos e 1,6% se classificaram como esgotados a ponto de procurar ajuda;
  • Cardiologistas de meio de carreira (8-21 anos de experiência) relataram mais frequentemente estar esgotados (45,3%) que cardiologistas de início ou de final de carreira (35,4% e 31,5%, respectivamente);
  • Burnout foi mais comum em mulheres (45,3%) que em homens (33,5%);
  • Cardiologistas que trabalham mais de 60 horas semanais tiveram maiores taxas de exaustão e outros sintomas de burnout (41,5%);
  • Dos que trabalham entre 40 a 60 horas, 29,5% relataram os sintomas;
  • Entre os cardiologistas que trabalham menos de 40 horas semanais, a taxa dos que apresentam a síndrome foi bem menor (17,9%).

Os autores relacionaram os sintomas à rotina dos médicos. Aqueles que mais se sentiam esgotados e estressados costumavam ter ambientes de trabalho mais agitados, com pouco tempo para documentação, o que resultava em maior uso do tempo de casa para registros médicos. Os cardiologistas que relataram esgotamento passavam menos de uma hora por semana em tempo pessoal.

O próximo passo do estudo é avaliar como esses sentimentos dos médicos afetam a equipe e identificar os principais fatores causais para tentar prever e prevenir o burnout.

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

Veja mais do ACC 2020:

Referências bibliográficas:

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