Câncer de mama: imunoterapia pode ajudar no desaparecimento do tumor

Neste mês, dedicado à prevenção do câncer de mama, por meio da campanha Outubro Rosa, traremos algumas novidades do ESMO 2019 sobre esse tumor.

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Neste mês, dedicado à prevenção do câncer de mama, por meio da campanha Outubro Rosa, traremos algumas novidades do último congresso da European Society for Medical Oncology (ESMO 2019), realizado nos últimos dias, em Barcelona, Espanha, sobre esse tumor. A primeira dela é um estudo, com resultados impressionantes, que associou o medicamento da MSD Keytruda®/pembrolizumabe à quimioterapia convencional para o câncer de mama triplo negativo.

Este medicamento faz parte dos “inibidores de checkpoints” que são correceptores que travam o sistema imune. Ao associarmos a imunoterapia, facilita a ação do próprio sistema imunológico e a ação da quimioterapia no combate deste tipo de tumor agressivo.

paciente com câncer de mama olhando pela janela

Imunoterapia no câncer de mama

O KEYNOTE 522 incluiu pembrolizumabe por seis meses ou placebo ao esquema com paclitaxel/carboplatino seguido de antraciclinas e só então as pacientes foram operadas, recebendo mais nove doses (27 semanas) de pembro depois da cirurgia. Foram mais de mil pacientes avaliadas. O principal objetivo era aumentar a taxa de desaparecimento do tumor na hora da cirurgia e a imunoterapia aumentou 27% a mais, de 51 para 65% (14% em números absolutos).

Veja também: Uso de terapia hormonal aumenta risco de câncer de mama, aponta estudo

Tanto faz se esses tumores expressam ou não a proteína PD-L1 que tem se associado à beneficio de imunoterapia. Verdade que o grupo PD-L1 foi ainda melhor chegando a quase impressionantes 70% de respostas completas. Mas mesmo as pacientes negativas tiveram aumento das suas taxas de respostas com quimioterapia e pembro. O estudo tem um seguimento curto e o outro principal objetivo ainda não foi definitivamente alcançado, a chamada “Sobrevida Livre de Eventos”, mas já há uma clara tendência favorável à quimio com imunoterapia.

Consolidando esses dados, nos próximos meses o tratamento dessas pacientes num futuro próximo não será mais o mesmo. As pacientes triplo negativo necessitam de tratamentos mais eficazes e aos poucos a imunoterapia está mostrando seu valor!

A droga está aprovada pelo Ministério da Saúde e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e já é comercializada em nosso país, mas não para esta indicação de câncer de mama, que nem mesmo está aprovada nos EUA ou na Europa. Precisamos aguardar novos resultados e torcer para uma aprovação rápida em nosso país, para que as brasileiras tenham acesso a tratamentos tão impactantes.

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