Tempo de leitura: 2 min.
O tratamento de diversas condições clínicas com medicamentos fitoterápicos à base de Cannabis sativa, popularmente conhecido como maconha no Brasil, é uma realidade desde tempos ancestrais. Vale dizer, que o tempo de uso da planta de forma medicinal é muito mais longo do que o seu período de proibição, que não passa de um século, quando comparado a sua história milenar.
Desde meados do século passado, vários estudos sérios foram desenvolvidos sobre cannabis medicinal, enfrentando os desafios de produzir ciência com uma planta criminalizada na maior parte do mundo e com políticas de proibição de interesse econômico e preconceito racial, responsáveis por difundir dados incorretos.
Quando o assunto é cannabis, faz-se necessário a desconstrução contínua de mitos difundidos sobre a planta como, por exemplo, esclarecer que ela não mata células nervosas e muito menos reduz a inteligência. A ciência aponta que seus efeitos, na realidade, são de promover crescimento e desenvolvimento de novas células nervosas.
Leia também: Cannabis medicinal para dor: quais as evidências científicas
Isso explica, por exemplo, os excelentes resultados descritos em pessoas idosas com doenças neurológicas. Além disso, o uso da cannabis não transforma a pessoa tornando-a violenta, pelo contrário, há estudos que relatam aumento da passividade e calma.
Os efeitos terapêuticos acontecem em função dos fitocanabinoides presentes na maconha, que agem nos receptores do sistema endocanabinoide presentes nas células dos nossos diferentes órgãos, responsáveis pela nossa homeostase. Portanto, o tratamento com cannabis deve sempre ser individualizado, já que cada pessoa tem um sistema endocanabinoide com um funcionamento peculiar.
Dessa forma, os profissionais que decidem prescrever a maconha necessitam desenvolver um guia de manejo para seguimento da dose e de sua resposta terapêutica. Faz-se necessário também trabalhar a desconstrução de mitos e dogmas sobre a planta e mudanças de estilo de vida, como atividade física, alimentação, atividades recreativas e artísticas. Visto que essas medidas em conjunto favorecem um melhor funcionamento do sistema endocanabinoide, promovendo melhores resultados terapêuticos.
Mesmo com tanta informação sobre essa erva multifacetada, a maioria da população atual permanece reticente sobre o uso medicinal desta planta, em função da criminalização da cannabis no Brasil e a falta de conhecimento sobre as circunstâncias que levaram à sua proibição, além da baixa aprovação pela comunidade médica.
Além disso, as informações confiáveis ainda são escassas nos diferentes meios de comunicação, quando comparado com a quantidade de mitos e equívocos difundidos ao longo de várias décadas. Portanto, é importante desmistificar dados errados e conhecer os verdadeiros fatos dessa incrível planta.
Quer saber mais? Faça sua pergunta aqui!
Referências bibliográficas:
A última sessão plenária do WONCA 2022 encerrou o evento com esperanças em relação às…
Monkeypox é um vírus cuja transmissão se dá por contato com secreções respiratórias e lesões…
Monkeypox e Epididimite são os novos conteúdos do Whitebook. Confira a lista completa com os…
Neste artigo, veja em detalhes o que os estudos recentes têm apontado acerca dos cuidados…
Neste estudo, confira se a esterilização a vapor de uso imediato aumenta as chances de…
A doença hepática pode ser causada por uma deficiência de alfa-1-antitripsina (A1AT). Conheça estudo sobre…