Características clínicas da infecção pelo novo coronavírus em crianças chinesas

Desde o fim de 2019, o aparecimento do coronavírus tem deixado toda a sociedade preocupada com as repercussões clínicas e sociais geradas pela pandemia.

Desde o fim de 2019, o aparecimento da Covid-19, infecção causada pelo coronavírus SARS-Cov-2, tem deixado toda a sociedade preocupada com as repercussões clínicas e sociais geradas pela pandemia. Até o momento, registram-se mais de 260 mil pessoas infectadas com mais de 11 mil mortes ao redor do globo.

As informações registradas até o momento sugerem que as crianças não apresentam características clínicas de maior gravidade quando comparadas a outros grupos de risco, causando certa surpresa, uma vez que crianças pequenas quase sempre são acometidas com maior gravidade quando falamos de síndromes gripais. Porém, poucos estudos até o momento foram divulgados, sendo necessárias novas avaliações das características clínicas predominantes para esse grupo populacional.

Coronavírus em crianças

Uma correspondência divulgada no New England Journal of Medicine, no último dia 18, com o título SARS-CoV-2 Infection in Children trouxe dados de 1391 crianças atendidas no Wuhan Children’s Hospital de 28 de janeiro a 26 de fevereiro de 2020. Desse total, 12,3% das crianças tiveram confirmação de infecção pelo SARS-CoV-2, com idade média de 6,7 anos.

Os sintomas preponderantes foram febre, tosse e hiperemia de orofaringe. Um total de 27 crianças, correspondendo a 15,8% da amostra, não apresentaram sintomas clínicos ou radiológicos, consistindo em infecções assintomáticas. A maioria dos pacientes (64,9%), entretanto, se apresentaram com pneumonia, com 28,7% apresentando taquipneia e 42,1% apresentando taquicardia à admissão. Sinais de congestão nasal não tiveram grande expressividade: apenas nove pacientes tiveram esse sintoma na apresentação.

As alterações mais comuns em exames complementares foram linfopenia e opacidades bilaterais em vidro fosco na tomografia de tórax.

Apenas três crianças (1,75%) apresentaram doença grave com necessidade de internação em terapia intensiva. As três crianças tinham outras comorbidades: hidronefrose, leucemia e intussuscepção. Houve óbito da criança com intussuscepção (10 meses de idade) devido à falência múltipla de órgãos após quatro semanas da internação.

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Conclusões

Apesar do pequeno número amostral, os dados acima são relevantes ao somarem mais informação a respeito das características clínicas das infecções por SARS-CoV-2 em crianças. Nessa amostra, a menor gravidade do quadro clínico em crianças contrasta com os relatos em pacientes de outros grupos, como idosos. Crianças com comorbidades podem necessitar de maiores cuidados e vigilância das equipes que estão lidando diretamente com as suspeitas e casos confirmados do Covid-19.

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