Caso Clínico: abortamento

O caso clínico de hoje é o de paciente jovem que dá entrada na emergência com sangramento transvaginal moderado e cólica intensa. Qual será o diagnóstico?

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Paciente jovem dá entrada na emergência com sangramento transvaginal moderado e cólica intensa. Não sabe informar data da última menstruação. Ao exame, hemodinamicamente estável, afebril. Abdome algo doloroso em andar inferior, sem sinais de peritonite. Evidenciado material heterogêneo se exteriorizando pelo colo uterino aberto.

Após a eliminação dos tecidos ovulares, houve diminuição do sangramento transvaginal e o orifício cervical se fechou.

Qual o diagnóstico?

Foto: Acervo Pessoal da Dra Mariana Carpilovsky

Trata-se de um abortamento, provavelmente do tipo completo.

A perda gestacional precoce ou abortamento espontâneo é um evento relativamente comum, podendo ocorrer em cerca de 30% das gestações no primeiro trimestre. Muitas vezes, sequer é percebida. A incidência dos abortamentos (clinicamente perceptíveis) aumenta conforme o aumento da idade dos pais, podendo mais que dobrar quando um dos genitores tem mais de 40 anos. 

Cerca de 50% dos abortamentos ocorrem devido a gestações anembrionadas. Das gestações embrionadas, metade é aneuploide, ou seja, têm anomalias cromossômicas (maior parte trissomias autossômicas). 

Outros fatores que contribuem para o aumento da taxa de abortamento são: infecções maternas, doenças clínicas (diabetes, tireoidopatias, distúrbios nutricionais), fatores ocupacionais e ambientais. 

Quando não é possível identificar um saco gestacional completo, deve ser realizada  ultrassonografia para diferenciação entre abortamento incompleto, ameaça de abortamento e gestação ectópica. As alterações típicas pós-abortamento completo incluem endométrio minimamente espessado e ausência de saco gestacional.

Saiba como realizar o manejo da perda gestacional precoce

Referências: 

  • ACOG Practice Bulletin nº 200: Early Pregnancy Loss. Obstet Gynecol. 2018 Nov;132(5):e197-e207. doi: 10.1097/AOG.0000000000002899.
  •  Cunningham FG, et al. Obstetrícia de Williams 24ª edição; 2016.

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